Nascido na extinta Índia Britânica no dia 25 de junho 1903, o escritor e jornalista George Orwell é especialmente conhecido por obras como A Revolução dos Bichos e o romance distópico 1984, publicado em 1949.

Seus trabalhos de não ficção, por outro lado, assinalam fases menos gloriosas, como registrou em Na Pior em Paris e Londres, com experiências do autor em situações de pobreza extrema, ou em Lutando na Espanha, que conta o período que viveu na Guerra Civil Espanhola.

As críticas sobre injustiça social estiveram sempre presentes em seus textos, mas a realidade criada em 1984 destacou narrativas de estados totalitários, por vezes semelhantes a regimes autocráticos vistos ao longo da história.

Conheça outros livros que também imaginaram diferentes versões de distopia:

1 – A Máquina do Tempo (1895), de H.G. Wells
Com livros de diversos gêneros publicados ao longo da carreira de escritor, o primeiro romance de Wells já embarcou na ficção científica e acabou popularizando o conceito de viagem no tempo. Em A Máquina do Tempo, um viajante atravessa milhões de anos e descobre novas civilizações em uma realidade menos otimista daquela que esperava.

2 – Nós (1924), de Yevgeny Zamyatin
A sátira futurista acompanha a sociedade oprimida pelo Benfeitor, Estado que dominou o mundo há mil anos e planeja construir a espaçonave Integral para invadir planetas extraterrestres, onde qualquer espécie alienígena deverá ser submetida à mesma lógica de controle industrial das massas.

3 – Admirável Mundo Novo (1932), de Aldous Huxley
Seres humanos nascidos de proveta são pré-condicionados a viver de acordo com as regras sociais do Estado, em uma fictícia “era pós-Ford”. Na época da publicação, a obra foi banida em vários países e foi incluída na lista de obras mais ameaçadas nos Estados Unidos, de acordo com a American Library Association.

4 – Fahrenheit 451 (1953), de Ray Bradbury
No futuro de Bradbury, bombeiros ateiam fogo nos livros e nas casas daqueles que ainda se arriscam a guardar ou ler qualquer coisa. Enquanto os últimos vestígios dessa antiga sociedade expressiva e democrática são apagados, apenas a memória continua capaz de conservar narrativas do passado.

5 – A Revolta de Atlas (1957), de Ayn Rand
E se todas as mentes criativas decidissem entrar em greve? Em um mundo sem invenções, ciência, arte ou inovação, Ayn Rand abre espaço para discutir conceitos de filosofia, individualismo e a eficiência de certos sistemas políticos.

6 – Laranja Mecânica (1962), de Anthony Burgess
A “ultraviolência”, imortalizada também nos cinemas por Stanley Kubrick, define a personalidade delinquente de Alex, protagonista que questionou as definições de moralidade nesse retrato futurista de Londres.

7 – Androides Sonham com Ovelhas Elétricas? (1968), de Philip K. Dick
Na Terra devastada pela guerra nuclear, várias espécies de animais foram extintas. Ter seu próprio animal é sinal de status e o maior desejo de Rick Deckard, caçador de recompensas encarregado de perseguir seis androides fugitivos na cidade abandonada de São Francisco. O livro serviu de inspiração para o roteiro do filme Blade Runner.

8 – O Concorrente (1982), de Stephen King (sob o pseudônimo Richard Bachman)
Em 2025, a violência mundial só aumenta e a economia dos Estados Unidos está arrasada. Ben Richards, um dos participantes do game show “The Running Man”, deve fugir de matadores em uma disputa agressiva exibida nas televisões de todo o país.

9 – Neuromancer (1984), de William Gibson
A humanidade e os sistemas de inteligência artificiail se chocam em uma das primeiras narrativas do gênero cyberpunk, que mais tarde também inspirou a trilogia Matrix.

10 – O Conto da Aia (1985), de Margaret Atwood
Jornais, revistas e livros foram extintos, universidades foram fechadas e não existem mais advogados na república onde ninguém tem direito a defesa. No totalitarismo cristão revelado pela escritora canadense Atwood, o atual governo manifesta grande intolerância contra as mulheres, cenário que critica aspectos da sociedade de natureza patriarcal.

11 – A Estrada (2006), de Cormac McCarthy
Os poucos habitantes de um planeta em ruínas seguem em busca de sobrevivência, tentando saciar a fome e evitar grupos de canibais. Essa é a jornada de um pai e seu filho, protagonistas neste espaço pós-apocalíptico que, segundo o autor, foi inspirado durante uma visita com seu filho a El Paso, no Texas, imaginando como seria aquela mesma cidade cem anos mais tarde. (Fonte)






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