Achamos que nos amamos. Achamos isso porque desejamos coisas boas para nós. Desejamos um bom emprego, uma vida social animada, uma casa confortável, alguém para amarmos e sermos amados.

Porém, se alguém nos rejeita, nos ofende injustamente ou ignora a nossa presença, sentimos a atitude desagradável penetrar a nossa carne como a lâmina muito fina e muito fria de um punhal. Por quê? Porque lá no fundo, em uma parte escondidinha do nosso coração, acreditamos que por alguma razão a ofensa tem o seu cunho de verdade e a ela atribuímos os nossos motivos para sermos rejeitados ou ignorados.

Concordo que, às vezes,  pisamos na bola e recebemos o troco. Refiro-me a um tipo de contexto em que você é educado, gentil, prestativo e leva uma “torta” na cara sem saber o porquê.

Nunca entenderemos realmente as reais motivações das pessoas. Cada um de nós é um universo complexo e vasto, cheio de obscuridades, muitas vezes, para nós mesmos. Se em muitos casos não compreendemos nem os nossos sentimentos, como poderemos entender com clareza os alheios?

O mais importante é não se auto-subjugar  porque o outro não lhe aplaudiu, virou a cara quando você sorriu para ele ou não respondeu o seu “bom dia”. O mais importante é não se auto-recriminar porque o outro não simpatiza com você, não concorda com o seu jeito de ser e prefere conversar com outras pessoas. O mais importante é não se culpar porque quem você amou não lhe amou na mesma proporção. Você não é sem graça só porque quem você amou não viu os seus encantos. Você não é a última das mulheres ou o último dos homens só porque quem você amou, preferiu namorar alguém que você considera um/uma idiota ou até mesmo preferiu ficar sozinho/sozinha.

No dia em que você se amar mesmo, para valer, nenhuma opinião alheia negativa será levada em conta.  Porque, no fundo, o que importa mesmo é como nos vemos e como nos acolhemos.

“Se você se der valor, você terá valor. Se você cuidar de sua saúde física e mental, se você estiver sempre sorrindo ainda que a vontade seja de chorar, se você passar uma imagem forte, porque assim se fez: terá o valor e o reconhecimento que sempre esperou das pessoas, pois elas nos dão o valor que a gente se dá. Qual é o valor que você se dá?” Clara Dawn






As publicações do Portal Raízes são selecionadas com base no conhecimento empírico social e cientifico, e nos traços definidores da cultura e do comportamento psicossocial dos diferentes povos do mundo, especialmente os de língua portuguesa. Nossa missão é, acima de tudo, despertar o interesse e a reflexão sobre a fenomenologia social humana, bem como os seus conflitos interiores e exteriores. A marca Raízes Jornalismo Cultural foi fundada em maio de 2008 pelo jornalista Doracino Naves (17/01/1949 * 27/02/2017) e a romancista Clara Dawn.