Eu não sou muito de falar. Eu prefiro ouvir e observar. Eu gosto das gentes, mas não do excesso de ruídos que elas provocam. Sou amante do silêncio. Não do silêncio absoluto, mas daquele que acontece entre a algazarra dos pássaros e o riso das crianças. Tenho adquirido hábitos difíceis de acompanhar e a solitude me deixou com manias nada fáceis de abrir mão.
Sou cheia de defeitos: alguns domesticados e outros inconfessáveis, admito. Eu já tive dias melhores, daqueles de contos de fadas com direito a juras de amor em noites regadas a jazz e beijos. Mas também já vivenciei dias terrivelmente piores, dos quais, até hoje, nem acredito que sobrevivi. E talvez, mas só talvez, isso tenha me transformado numa quase planilha de Excel, onde tento manter “tudo” sob controle… Entretanto, com a ressalva de que, se eu perder o controle, não me desespero.
Sou dócil. Outrossim, menos do que pareço. Aliás, posso ser bastante grossa, em especial com homens casados volúveis e também com os disponíveis que só conseguem ser gentis com uma mulher se houver uma chance de dormirem com ela. Eu sempre me permito ser cordial com mulheres, crianças e idosos. Mas costumo perder a paciência com os mentirosos, os lerdos, os bajuladores e os subservientes. Prefiro machucar os meus pés nos perigosos caminhos da autoliberdade, do que viver o falso sossego da resignação. Hipócritas e castradores costumes? Dispenso. Não faço jogos, não tenho reservas nem bloqueios, sou livre. Sou Clara. (Texto da escritora e psicanalista Clara Dawn)
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