“[…] Atualmente, os pais estão muito indispostos a usar do seu tempo, a dedicar seu tempo para cuidar dos filhos.[…] Existe uma terceirização da vida privada, porque pais e mães hoje querem ser felizes, querem se realizar, fazer cursos e, no tempo que lhes sobrar, dão um tablet para o filho. Eles veem como uma perda de tempo ficar com a criança, e depois o filho vem no consultório com queixa de déficit de atenção ou de depressão, sendo que, no fundo, é carência, é falta de modelo.
Ter filho custa! Custa tempo, custa energia, custa relacionamentos e papéis dos quais os pais têm que abrir mão. É preferível um pai e uma mãe que coloquem na balança, que possuam uma visão realista e falem: ‘Quanto tempo do meu dia, da minha energia e do meu amor eu estou disposto a dar para esse ser?’. É preferível pessoas que digam: ‘Eu prefiro ter um animal de estimação a um ser humano’ ou ‘Prefiro ter um filho só’, porque é justo, é honesto.
Hoje, ainda há a vantagem de que ninguém ‘tem que…’ nada. Hoje pode-se escolher, e isso é uma maravilha. O ruim é a pessoa que tem, não querer ter. Ou algo que é terrível e criminoso: pessoas que largam o filho para o avô ou a avó cuidar. O custo emocional do abandono de pais vivos é devastador. Não tem o que faça uma criança viver de forma saudável sabendo que tem um pai e uma mãe vivos que não estão nem aí — tanto é que, nos presidiários, a pior punição é a solitária, pois não há dor maior para uma pessoa do que o abandono.
É louvável aquela pessoa que diz: ‘Não quero ter filhos’, ‘Eu quero adotar’, ‘Eu quero ter só um’, ‘Eu quero esperar’, porque, quando ela tiver, vai ter com amor, vai ter com cuidado. A era, hoje, é do ‘rapidinho’: lê-se algo na rede social rapidamente, come-se rapidamente, fala-se no telefone rapidamente etc. E filho não é algo rápido, filho dá trabalho”.
Excerto de uma fala do psicoterapeuta Leo Fraiman em entrevista ao programa “Todo Seu” em 16/07/19. Confira na íntegra.
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