De todas as formas de violência a mais cruel é aquela que mata o sonho e a esperança das pessoas. Viver sem a perspectiva das flores no caminho e um ideal a ser alcançado reduz o ser humano a algo desprezível; um saco de batatas jogadas ao léu. As instituições humanas foram criadas para atender às aspirações individuais e coletivas. Porque viver sem objetivos é o mesmo que chegar à rodoviária, pedir uma passagem sem saber aonde ir ou o qual horário da partida. Nossa confusão mental nos impede de chegar ao destino.
É fato que em muitos casos nossos sonhos não se realizam como planejamos. Mas realizar os nossos ou os sonhos dos outros é uma tarefa que nos completa. Assim nos agarramos às circunstâncias que o mundo nos oferece. É frequente nos sentirmos isolados ou rejeitados pelo sistema social. Tais sentimentos nos deprimem porque quase todas as coisas do mundo foram inventadas para atender ao egoísmo do homem.
Por outro lado, o conhecimento do bem faz a gente se sentir integrado ao Universo. Mesmo que seja até descobrirmos que devemos nos reinventar. E, assim, recomeçar.
As ideologias políticas e o fundamentalismo religioso, imperfeitos na origem da invencionice humana, são mais problemas do que soluções.
Platão, o mestre, idealizou um mundo perfeito. Aristóteles, o discípulo do mestre, criou um mundo prático em que nos leva a refletir sobre as ações dos homens e as normas éticas. Platão é a ideia; Aristóteles, a realidade. Juntos, projetam luz sobre as sombras da solidão. Na Luz o homem consegue sonhar mesmo com a alma despedaçada.
Quando digo sonho é, no sentido de nos encantarmos com a poesia do mundo natural. A própria vida com as possibilidades de escolher a melhor estrada e aonde navegar é a mais perfeita criação de Deus. E o livre arbítrio é a poesia que Deus escreveu para nós.
E a vida assim simples se eleva com a ação do homem no caminho do bem. Aí, amigo, o sonho volta com a esperança do viver.