Entretenimento

Gênio? Para filha, Steve Jobs foi só mais um homem a cometer abandono parental

É sabido que o talento e o carisma de Steve Jobs no comando da Apple eram proporcionais à dureza de seu temperamento e à exigência que mantinha com seus funcionários. O que não se sabia, no entanto, é que tal dureza também se fazia presente em sua vida familiar, e que sua relação com sua filha não era nada fácil. A revelação é um dos pontos mais agudos do livro Small Fry, livro de memórias de Lisa Brennan-Jobs, filha que o fundador da Apple teve aos 23 anos de idade, e que por anos negou tanto a paternidade quanto seu sustento.

Lisa e sua mãe, a artista Chrisann Brennan, viveram uma vida difícil, contando com ajudas de vizinhos, até Jobs assumir a paternidade. “Eu era uma mancha em sua espetacular ascensão, já que a nossa história não se encaixava com a narrativa de grandeza e virtude que ele queria para si mesmo”, escreveu Lisa.

A filha, no entanto, não condena o pai, dizendo que ele era “desajeitado” e extremamente sincero para tais situações, que estava tentando lhe passar o que lhe acreditava, e que, por fim, o perdoa. Ela passou a viver com ele na adolescência, e antes de morrer o pai lhe pediu perdão, ela conta.

Steve Jobs e Lisa

O restante da família de Jobs – que viria a se casar com Lauren Powell Jobs – afirmou que leu o livro com tristeza, por não se tratar da maneira com que recordam da relação. “Ele a amava e se arrependeu por não ter sido o pai que deveria ter sido em sua infância”, disse Mona Simpson, irmã de Steve. A mãe de Lisa, no entanto, não só defende o livro da filha como afirma que ela não incluiu todas as coisas ruins.

Lisa hoje em dia, aos 40 anos

Texto de Vitor Paiva, via Hypeness

Portal Raízes

As publicações do Portal Raízes são selecionadas com base no conhecimento empírico social e cientifico, e nos traços definidores da cultura e do comportamento psicossocial dos diferentes povos do mundo, especialmente os de língua portuguesa. Nossa missão é, acima de tudo, despertar o interesse e a reflexão sobre a fenomenologia social humana, bem como os seus conflitos interiores e exteriores. A marca Raízes Jornalismo Cultural foi fundada em maio de 2008 pelo jornalista Doracino Naves (17/01/1949 * 27/02/2017) e a romancista Clara Dawn.

Recent Posts

5 maneiras de aceitar o sofrimento ordinário e receber sem culpa a felicidade episódica – Vera Iaconelli

Para Sigmund Freud, a felicidade é uma experiência frágil, efêmera, muitas vezes confundida com a…

9 horas ago

6 maneiras de saber se você está vivendo um amor comprometido e verdadeiro – Com bell hooks

No imaginário social — cultivado por séculos e reforçado pela indústria cultural — o amor…

3 dias ago

“A dor é o tema central do vício. Só quem está com grande dor, deseja anestesia-la” – Gabor Maté

Em uma sociedade que constantemente exige produtividade, autocontrole e positividade, é desconcertante — e doloroso…

4 dias ago

“Um dia o amor será para a mulher o que é para o homem: uma fonte de vida e não um perigo mortal” – Simone de Beauvoir

Ser mulher é carregar, ainda hoje, o peso histórico de não ter sido considerada plenamente…

6 dias ago

10 maneiras de tornar a vida mais interessante e desejável – Segundo Contardo Calligaris

Os seres humanos sempre questionaram o sentido da vida: nascer, crescer, reproduzir e morrer. É…

1 semana ago

70% dos relacionamentos duradouros começaram com amizade sem interesse em romance, revela estudo

Quando dois amigos se envolvem romanticamente, alguns podem argumentar que eles sempre foram sexualmente atraídos…

2 semanas ago