Psicologia e Comportamento

Minha teimosia em não entender os planos de Deus

Engraçado como podemos realmente nos acostumar com tudo, não é? Até mesmo com a amargura presente no cotidiano, onde em cada esquina, cada centímetro da nossa mera existência sustentamos nossa soberba, bêbados de nós mesmos. E cada milagre que se apresenta timidamente diante de nós, parecemos não perceber, por causa da grandeza das tragédias que nos cercam. Somos tão pequenos, tão imprecisos.

Em todo o caos dos desencontros será que estamos no caminho certo? Tomamos as escolhas certas? Não conseguimos alcançar os padrões e paradigmas estabelecidos, os ideais são postos sobre nós como uma sentença, e no fim, nos perdemos de quem realmente somos. Nos afastamos do que é legitimo de nós, nos perdemos em um abismo de mentiras, do qual, é praticamente impossível sair.

Algumas vezes me sinto mergulhando dentro de mim, não tenho certeza da clareza das minhas necessidades, não tenho certeza se meus objetivos são precisos. Essas ideias às vezes parecem tão embaraçadas, que deste emaranhado de incertezas que me assolam, resta apenas o vácuo.

Tento me consertar, encontrar os erros nesse grande quebra cabeça. Me ponho a jogar comigo mesmo, tiro uma peça daqui, testo ela ali, e repito o processo, de novo e de novo. Pego a peça que não se encaixava, e quando a retorno para o lugar em que outrora estava errada, parece se encaixar formidavelmente. Porém, a falta de solução persiste.

Estive pensando, onde eu estaria se não fossem minhas escolhas, as certas, mas principalmente as erradas? Se minhas dualidades e confusões fossem respondidas de uma vez por todas, se todas as respostas que procuro estivessem bem diante de mim, a um passo apenas. A vida valeria a pena? Se eu pudesse apenas acertar, e os erros fossem privados das minhas escolhas e eu pudesse compreender e desdobrar meus planos em questão de milésimos, ainda restaria beleza na vida? Ainda teria pelo o quê viver?

Não sei até que ponto posso estar errado em meu íntimo, tampouco tenho pressa por respostas, acertos e soluções, O fato é que somos movidos pela realidade, pelo tangível e pelo que pode ser provado. Nada além disso pode sanar nossas angústias e nos fazer entender o que vai além da compreensão humana.

E aqui, peço emprestado as palavras de Ednardo e Belchior: “É preciso mergulhar mais que mil pés, onde Netuno traça o rumo das marés, é preciso acertar a direção dos pés, quando os velhos caminhos se esgotam, pois os tempos não voltam”.

Dinho Amorim

Taurino, artista plástico, poeta e mochileiro das galáxias...

Recent Posts

“A gente adoece mesmo é de ter que perdoar, conviver e pedir a benção para abusador”

Se nós somos aquilo que comemos e a maneira que comemos, quer dizer que tudo…

4 dias ago

“Como viver a maternidade sem culpa e sem o mito da perfeição” – Análise de dois livros de Marcia Neder

A escritora e psicanalista Clara Dawn, faz uma síntese de dois livros da doutora em…

5 dias ago

Médico de Harvard ensina a Técnica “4-7-8″ que faz dormir em 1 minuto

Dormir em um minuto? Parece que estamos mentindo, mas a boa notícia é verdadeira. Chama-se…

6 dias ago

Às vezes precisamos nos desligar do mundo e aumentar o volume da própria vida – Ophah Winfrey

Eu quero falar com você sobre o tempo de ficar só e de se dedicar…

1 semana ago

Medo, culpa, solidão e estresse: as 4 dores que as mães enfrentam diariamente – Por Léo Fraiman

As frequentes demandas, a falta de uma rede apoio, o descanso, a má divisão das…

2 semanas ago

Site mobile ou app de apostas: qual é melhor para apostar

A experiência mobile para apostas levou o setor para outro nível de imersão e interatividade.…

2 semanas ago