Psicologia e Comportamento

Não é possível ser feliz sozinho – Com Mario Sergio Cortella

“Felicidade é uma vibração intensa. É o momento em que eu sinto a vida em plenitude dentro de mim e quero que aquilo se eternize. Felicidade é a capacidade de ser inundado por uma alegria imensa por aquele instante, por aquela situação.

Aliás, felicidade não é um estado contínuo. Felicidade é uma ocorrência eventual. Felicidade é sempre episódica. É você sentir a vida vibrando, seja num abraço, seja na realização de uma obra, seja numa situação em que seu time vence, seja porque algo que você fez e deu certo, seja porque você ouviu algo que quis ouvir….É claro que aquilo não tem perenidade.

Aliás, a felicidade, se marcada, pela perenidade seria impossível. Afinal de contas, nós só temos a noção de felicidade pela carência. Se eu tivesse a felicidade como algo contínuo eu não a perceberia. Nós só sentimos a felicidade porque ela não é contínua: isto é, ela não é o que acontece o tempo todo em todos os modos.

A ideia de ser feliz sozinho, tem uma questão anterior: se é possível viver sozinho. E como felicidade, pelo óbvio, só acontece com alguém que vive e viver é viver com outros e outras, e como não é possível viver sozinho, a possibilidade da felicidade isolada, solitária é nenhuma. Para que eu possa ser feliz sozinho eu teria que ser capaz de viver sozinho.

Mesmo na literatura, como Robinson Crusoé, por exemplo, que lida com o homem sozinho, que está só, depois de ter convivido com os outros. Ele traz as outras pessoas na sua memória, na sua história, no seu desejo, no seu horizonte. Não há história de ser humano em que ele tenha sido sozinho da sua geração até o término. Se assim não há, não há possibilidade de ser feliz sozinho”.  Mário Sérgio Cortella

Portal Raízes

As publicações do Portal Raízes são selecionadas com base no conhecimento empírico social e cientifico, e nos traços definidores da cultura e do comportamento psicossocial dos diferentes povos do mundo, especialmente os de língua portuguesa. Nossa missão é, acima de tudo, despertar o interesse e a reflexão sobre a fenomenologia social humana, bem como os seus conflitos interiores e exteriores. A marca Raízes Jornalismo Cultural foi fundada em maio de 2008 pelo jornalista Doracino Naves (17/01/1949 * 27/02/2017) e a romancista Clara Dawn.

Recent Posts

O açúcar é como o álcool para crianças, danifica o fígado e o cérebro

Os pesquisadores demonstraram que o açúcar consumido pelos pequenos pode fazer tão mal ao fígado…

3 dias ago

Como os casinos online imitam o luxo dos estabelecimentos físicos

Os casinos online avançaram muito para além de interfaces simples e poucos recursos. Hoje, os…

4 dias ago

11 feridas que a filha não amada por sua mãe carrega até a vida adulta

A relação entre mãe e filha é um dos vínculos mais profundos e complexos na…

1 semana ago

Depois dos 50 é preciso tomar a vacina contra o herpes-zóster

Herpes Zoster é uma doença que aparece na pele, causada pelo Vírus Varicela-Zoster (VVZ), o…

1 semana ago

“Quanto mais inteligente é uma pessoa, menos sociável ela é”- Por Leandro Karnal

O professor Leandro Karnal, no vídeo “Ler é viver”, reflete sobre a relação entre cultura,…

1 semana ago

“É através do brincar livremente que a criança elabora angústias primitivas e organiza sua vida emocional” – Melanie Klein

Em uma época em que as telas dominam o cotidiano, as crianças estão gradualmente desaprendendo…

2 semanas ago