“Em questão de educação, melhor do que o ‘sim’ e o ‘não’ é questionar o filho: ‘Por que você acha isso? Reflita sobre isso. Como você vai resolver isso? Qual era o nosso combinado?’ Assim, os pais vão treinando a criança para ter autonomia, para que ela chegue sozinha a essas respostas.
Quer formar um cidadão? É necessário dar-lhe liberdade e responsabilidade. Um indivíduo com muita liberdade torna-se um folgado, e outro com muita responsabilidade torna-se um alienado.
Há ocasiões em que um não é simplesmente um não. Por exemplo, se o filho quiser ganhar algo de Natal, o pai, primeiramente, tem que se perguntar: ‘Eu posso comprar? Eu quero comprar? É a hora? O filho merece?’. Um pai e uma mãe devem dar ao filho afeto, segurança, escola e alimento, o resto é privilégio, e privilégio se conquista.
Porém, muitos pais, ao invés de estarem presentes na vida de seus filhos, substituem essa presença pelo presente material. O filho, por sua vez, vai confiar no pai. O verbo ‘confiar’ vem de fio, o que significa tecer um fio, tecer uma condução, tecer um significado que na prática diz ‘você é importante para mim’. Essa relação de confiança é estruturada a partir de práticas que pais e filhos fazem juntos, como montarem uma árvore de Natal, cozinharem, lavarem o carro etc.
Nós tivemos a sorte de termos pais que não viviam para agradar o filho. Deve-se educar o filho. Se o filho se sente agradado, ou não, depende de como ele encara a vida. Por exemplo, tem gente que tem uma vida maravilhosa e é infeliz, e tem gente que tem uma vida difícil e é bastante feliz. A felicidade está no olhar de cada um.
Agora estamos no verão em São Paulo, não há água. Então, ao invés de contratar o serviço de lavagem de carro, o pai poderia pegar meio balde de água e lavar o automóvel junto ao filho. Pois quando é que os filhos conversam com os seus pais? Quando descascam laranja juntos, levam o cachorro para passear, lavam o carro, fazem compras na feira juntos… O que você se lembra dos seus pais são os momentos e as experiências com eles – os presentes materiais não valem nada”.
Excerto transcrito de uma fala do psicoterapeuta Leo Fraiman ao programa Todo Seu. Assista na íntegra no vídeo abaixo.
Jane Fonda atravessou mais de seis décadas públicas sendo atriz, ativista, mulher em reconstrução. Nesse…
Quando o corpo diz basta: o adoecimento das mulheres e o mito do normal Por…
Na maior operação policial dos últimos quinze anos, o Rio de Janeiro amanheceu entre o…
Nos confins da era digital, vivemos uma experiência curiosa: por um lado, o mundo se…
"Onde foi que você deixou a criança que brincava numa poça d’água como se navegasse…
Em uma de suas palestras, o psicólogo e escritor Rossandro Klinjey compartilhou uma lembrança terna…