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Round 6 não é para crianças. É para adultos refletirem sobre si mesmos – Com Leandro Karnal

É impossível negar o sucesso que ‘Round 6’ vem fazendo ao redor do mundo, mas seu criador, Dong—hyuk Hwang, já afirmou que não pretende criar novas temporadas. Todavia, com a popularidade estrondosa, possivelmente veremos a continuação dessa história que NÃO foi escrita para crianças, pois traz cenas de suicídio, tráfico de órgãos, tortura psicológica, violência explícita, sexo e palavrões. Pediatras e outros profissionais de saúde destacaram que a alusão de ‘Round 6’ à brincadeiras infantis pode atrair o público mais jovem e causar danos psicológicos aos pequenos. Mas os pais precisam ficar atentos á classificação indicativa (16 anos), bem como ás orientações de profissionais da saúde mental na infância e não permitirem que crianças assistem.

A psiquiatra da infância e da adolescência Carolina Rolim, explica que séries que trazem conteúdos de violência e suicídio, por exemplo, podem disparar gatilhos emocionais: uma resposta mental que envolve emoções, pensamentos e comportamentos que podem ser negativos. Ou seja, diante de cenas como as da série, crianças e jovens podem reagir de forma mais exaltada ao que tem visto. “Para quem está vulnerável emocionalmente, essas cenas causam um impacto mais intenso e tendem a ser um gatilho significativo”, diz Carolina.

Round 6 é para adultos e traz reflexões que os adultos precisam ter imediatamente

O professor Leandro Karnal, em uma rede social, faz importante reflexão acerca da série ‘Round 6’ que está disponível na Netflix. Ele questiona:

“O enredo (de Round 6) gira ao redor de pessoas altamente endividadas que podem ser resgatas da crise por meio de um game perigoso [que promete o prémio de 45 bilhões de wons, o equivalente a 208 milhões de reais para quem vencer]. É, claro, uma narrativa sobre nossas sociedades. O que leva pessoas a arriscarem tudo por dinheiro? Quais os valores da vida? O que seria, de fato, felicidade?

Pensei muito na produção espanhola [do filme] O Poço. A pergunta das duas [produções] é quase a mesma: como controlar as pessoas por meio da ambição delas? Se é verdade que o mundo é frágil, ansioso, não-linear e incompreensível, as duas obras, com certeza, oferecem uma chance de esboçar uma narrativa em meio ao caos atual. Estaríamos todos no poço espanhol vivendo o jogo coreano de Round 6?“. Reflete o professor Leandro Karnal. E você, o que acha?

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As publicações do Portal Raízes são selecionadas com base no conhecimento empírico social e cientifico, e nos traços definidores da cultura e do comportamento psicossocial dos diferentes povos do mundo, especialmente os de língua portuguesa. Nossa missão é, acima de tudo, despertar o interesse e a reflexão sobre a fenomenologia social humana, bem como os seus conflitos interiores e exteriores. A marca Raízes Jornalismo Cultural foi fundada em maio de 2008 pelo jornalista Doracino Naves (17/01/1949 * 27/02/2017) e a romancista Clara Dawn.

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