Se levam um apertão, espanam. Não aguentam ser contrariados. Não foram educados para suportar o “não”. O parafuso de geleia é comumente encontrado nesta sequência: avós autoritários, pais permissivos, netos sem limites (parafuso de geleia).
Quando foram pais, os avós mostraram-se muito autoritários, tendo sido mais “adestradores” de crianças que educadores. Bastava o pai olhar, o filho tinha que obedecer; do contrário, os pais abusam da paciência curta, de voz grossa e da mão pesada. Não tinham conhecimento da adolescência. Adolescente com vontade própria era sinônimo de desobediência. Não reconheciam a possibilidade de o filho pensar diferente: “eu sei o que é bom para o meu filho e ele tem que aceitar”; “Filho não tem vontade, não tem querer”. Eram onipotentes e abusam da lei animal do mais forte. Eram os machos alfas.
Os filhos desses pais se revoltaram contra o autoritarismo. Sofreram tanto com tal método de educação que quiseram dispensá-lo ao se tornaram pais. Então trataram de negá-lo, fazendo radicalmente o contrário. Foi assim que se tornaram extremamente permissivos.
A permissividade é a outra face do autoritarismo, regada a ocasionais crises autoritárias. Não consiste num novo caminho educativo. O pai permissivo deixa, deixa… até um ponto que não aguenta mais e dá um grito: “Agora, chega!”. De repente manifesta um comportamento que não condiz em nada com a permissividade. E aí está a perda de referência educativa.
Os filhos desse pais – portanto, os netos dos avós autoritários – tornam-se onipotentes, mas com pés de barro: para eles tudo pode, mas não suportam frustração. Sentem-se fortes, mais são parafusos de geleia.
Mas a geração parafuso de geleia desconhece o “não”. Tudo é permitido e a permissividade não gera um estado de poder ou competência. Os parafusos de geleia têm baixa autoestima porque foram regidos pela educação do prazer. Muitos pais acham que dar boa educação é deixar o filho fazer o que quiser, isto é, dá-lhe alegria e prazer. Não é isso que se cria a autoestima.
Texto do mestre Içami Tiba, extraído do livro: “Quem ama educa” (Páginas 62,63,64).
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