A situação dramática das crianças desnutridas na Terra Indígena Yanomami impressionou a experiente jornalista Sônia Bridi (foto). Acompanhada do repórter cinematográfico Paulo Zero, ela esteve na reserva e viu de perto a grave crise sanitária. A reportagem foi exibida no domingo (29), no Fantástico.
“Já vi refugiados, gente em conflitos em vários países e a gente sabe que essas imagens de fome extrema, de fragilidade extrema, de abandono extremo, são muito fortes, tristes e pesadas. E eu nunca imaginei que fosse ver isso dentro do meu país em período de paz. E é um período de paz que é aqui, na Terra Yanomami”, disse, em entrevista à GloboNews. Você pode assistir a reportagem completa na Globoplay/Fantástico do dia 19 de janeiro.
O Ministério da Saúde declarou emergência em saúde pública em território Yanomami. Isso porque equipes da pasta localizadas na região encontraram crianças e idosos em estado grave de saúde, com desnutrição, além de casos de malária, infecção respiratória aguda e outras questões de saúde consideradas… evitáveis.
Ao longo dos anos, os povos originários brasileiros foram sistematicamente silenciados, assassinados e marginalizados ao longo da história brasileira. Seguir essas dicas que listamos ajuda na mudança desse cenário, para que essas populações possam continuar reproduzindo suas culturas e tendo as oportunidades, espaço e voz que merecem. Considere apoiar o trabalho de organizações que atuam na defesa dos povos indígenas e na disseminação de informações contra os estereótipos. Muitas etnias têm suas próprias associações, enquanto diversas outras agregam várias etnias e não-indígenas comprometidos com a pauta. O protagonismo da luta por direitos deve ser dos próprios povos indígenas, mas a suas atitudes e o seu engajamento também são essenciais para garantir avanços.
São mais de 300 etnias indígenas, e cada uma tem uma cultura muito diferente da outra. Por exemplo, os Ashaninka têm vestimentas muito parecidas com os tecidos tradicionais peruanos, enquanto o alimento mais importante dos Guarani é o milho, e não a mandioca. O Instituto Socioambiental criou o portal Povos Indígenas do Brasil, onde é possível encontrar os nomes e detalhes de mais de 256 etnias indígenas. Esse é um bom começo para entender mais a diversidade que há dentro da categoria.
Desde 1988, a Constituição Federal dedica um capítulo à proteção dos direitos indígenas e, ao assegurar o direito à diversidade cultural, dá fim a políticas integracionistas. Contudo, o que constata o órgão indigenista do governo federal são práticas de desrespeito às condições sociais e culturais sob ótica de superioridade da sociedade nacional frente à sociedade indígena.
Segundo os dados do Portal da Transparência, o Programa de Proteção e Recuperação da Saúde Indígena teve, nos últimos 4 anos, um orçamento de R$ 6,13 bilhões. No entanto, foram gastos somente R$ 5,44 bilhões. Estima-se que ao menos 570 crianças morreram na região nos últimos quatro anos, vítimas de desnutrição, malária, pneumonia e contaminação por mercúrio. Em 2022, foram 99 mortes de crianças.
A Constituição Federal de 1988 selou muitos dos direitos indígenas, graças à mobilização da população, conhecida principalmente pelo histórico discurso de Ailton Krenak na Constituinte. A Carta Magna sela os direitos originários dos povos indígenas às suas terras, pois esses povos a ocupavam desde muito antes da chegada do colonizador português. Diferentemente de leis anteriores que prezavam o fim das culturas indígenas, por meio de uma “assimilação”, desde 1988 lhes foi garantido direito à diferença, de expressarem sua cultura como bem entenderem. A partir da Constituição, diversos outros direitos foram reconhecidos, como à educação e à saúde, que devem ser diferenciados para reforçar a autodeterminação desses povos.
As pessoas que buscam deslegitimar o direito constitucional dos povos originários às suas terras costumam dizer que as Terras Indígenas demarcadas são “terra demais para pouca gente”. O primeiro grande erro desse argumento é entender a terra apenas como fonte de renda e valor, mentalidade distinta daquela praticada pelos povos indígenas, que possuem modos diferentes de viver e de enxergar os seres vivos. Além disso, como bem pontua um estudo da APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), os Povos Indígenas compõem 5% da população mundial, mas suas terras detêm 80% de sua biodiversidade. Ou seja, as Terras Indígenas e o trabalho ativo dos povos que vivem nelas são a última barreira contra o desmatamento e a degradação ambiental, fenômenos que afetam negativamente a vida de todo o planeta.
Desde que o governo federal enviou técnicos do Ministério da Saúde para a terra indígena (T.I.) Yanomami, em Roraima, diversas denúncias de violações de direitos humanos estão sendo registradas, sobretudo com a ação do garimpo ilegal na região. Atualmente, estima-se que mais de 30 mil indígenas vivam na terra indígena.
A partir deste cenário, o governo federal decretou situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional na região e está disponibilizando um link para que interessados possam se inscrever como voluntários da Força Nacional do SUS. Para se inscrever basta informar seu nome completo e a área de formação.
A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) também está reforçando o chamado para os seus profissionais associados. Em nota, a organização se solidarizou com a tragédia, colocou a entidade à disposição para atuar na região e exige que os responsáveis sejam investigados e punidos no rigor da lei.
Além das ajudas profissionais, os interessados também podem ajudar com doações em portais confiáveis. Por exemplo, a ONG Ação da Cidadania está arrecadando doações a fim de ajudar a situação dos indígenas yanomamis de Roraima. Para contribuir basta acessar o site SOS Yanomami e clicar em “doe já!”. Na sequência a pessoa pode escolher o meio de pagamento da doação, que pode ser realizada por Pix, boleto ou cartão.
Outra organização que também está aberta à doações, visando ajudar os yanomamis, é a Central Única das Favelas (CUFA). Para doar basta acessar a página e clicar em “contribuir”. A meta de arrecadação é de R$ 100 mil e até então a Central já juntou R$ 23 mil.
A Força Aérea Brasileira (FAB) já transportou para a T.I. Yanomami cerca de 5 mil cestas básicas adquiridas por meio da parceria entre o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Funai, Ministério dos Povos Indígenas, Ministério da Saúde e Forças Armadas.
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