Atualidades

É preciso dar voz e ouvido à angústia, ela nunca mente – Por Maria Homem

Nascemos com a angústia da separação da mãe, a perda da segurança e do “colo eterno” e morremos com a angústia da separação das pessoas, da vida e do desconhecido, ou seja, a angústia faz parte da vida e é natural e saudável vivê-la, apesar do desconforto.

A angústia é uma manifestação emocional perturbadora e incômoda, caracterizada por medo do fim, da perda e do vazio, além da sensação de um desamparo profundo. Seus sintomas principais são: a respiração tolhida, o sufocamento da garganta e peito, sensação de vazio, inquietação, dores na região do coração e uma ânsia inconsciente de que algo ruim vai acontecer.

A sociedade ocidental não se desenvolveu conscientemente em relação à finitude. Os temas relacionados à mudança, perda, desconfortos, impermanência e morte continuam sendo “tabus”, e são estas as sensações que nós buscamos escapar o tempo todo, na maioria das vezes, de uma forma inconsciente.

A angústia tem sua importância, fundamental, na questão do autoconhecimento e do desenvolvimento da inteligência emocional, vulnerabilidade, ausência de controle e na arte de se relacionar com a vida, as pessoas e as situações cotidianas.

A angústia fica patológica quando a sensação do medo da perda, da falta e do fim torna-se super dimensionada. Este medo gera descrenças profundas em relação ao afeto, às experiências novas, à humanidade e o ato de existir e viver a vida em um movimento saudável e fluido. E ficamos com medo de agir, medo de seguir e caminhar para o “novo”.

A psicanalista Maria Homem propõe reflexões em meio às angústias da pandemia

Este ano foi difícil. A pandemia e a consequente crise econômica impactaram a saúde mental dos brasileiros. Uma pesquisa feita pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) nos meses de maio, junho e julho revelou que 80% da população brasileira se tornou mais ansiosa com o novo coronavírus. “O que não quer dizer que antes estivéssemos muito bem, mas sem dúvida vemos um aumento do sofrimento psíquico em tempos de incerteza, ameaça e risco”, analisa Maria Homem.

Por isso, vale muito a pena ver e rever este vídeo em que a psicanalista Maria Homem trata especificamente acerca da angústia. Confira:

Portal Raízes

As publicações do Portal Raízes são selecionadas com base no conhecimento empírico social e cientifico, e nos traços definidores da cultura e do comportamento psicossocial dos diferentes povos do mundo, especialmente os de língua portuguesa. Nossa missão é, acima de tudo, despertar o interesse e a reflexão sobre a fenomenologia social humana, bem como os seus conflitos interiores e exteriores. A marca Raízes Jornalismo Cultural foi fundada em maio de 2008 pelo jornalista Doracino Naves (17/01/1949 * 27/02/2017) e a romancista Clara Dawn.

Recent Posts

“O açúcar em excesso não adoece só o corpo: alimenta as piores companhias no nosso intestino” –

Durante décadas, o açúcar foi sinônimo de carinho, recompensa e afeto. E a publicidade soube…

5 dias ago

Toda mulher deveria saber precocemente quais são os primeiros sintomas e quanto tempo dura a menopausa

A menopausa é um marco biológico e existencial na vida da mulher, que simboliza o…

1 semana ago

A médica que prescreve poesia na lida diária com a morte

“Todos são portadores de felicidade.Uma pena notar que boa parte da humanidade ainda é assintomática.”

1 semana ago

10 sinais de que você está sofrendo abuso psicológico – Segundo Signe Hegestand

Durante gerações, fomos educadas para tolerar a dor em silêncio. Desde cedo, aprendemos que “ser…

2 semanas ago

“A infância é o alicerce psicoafetivo sobre o qual toda a nossa vida se ergue” – Clara Dawn

A habilidade de confiar, amar e construir relações afetivas saudáveis não surge de modo espontâneo…

2 semanas ago

“Relacionamento satisfatório não é mágica: é uma e decisão renovada todos os dias por quem deseja permanecer” – Robert Epstein

Como construir relacionamentos duradouros com base na ciência e no afeto? Durante séculos, o amor…

2 semanas ago