Relatividade é uma gravura em preto e branco. Repare na gravura: perceba que existem três “mundos” distintos. Um que pode ser observado tomando como ponto de partida o sujeito mais abaixo, no centro da gravura, que sobe a escadaria. Fazem parte desse plano o sujeito ao lado da sacada, no parapeito, olhando para baixo, assim como o paredão mais à direita, em cujo topo encontra-se a sacada.
Agora, se você girar a ilustração da direita para a esquerda, no sentido anti-horário, vai observar outro plano: aquele em que está o cara que desce a escada e carrega a bandeja com garrafa, assim como os dois comensais acima, à mesa. Mais abaixo, à esquerda, também integra esse mundo o sujeito que lê, assim como o que sobe a escada pouco acima e mais atrás do leitor. Duas novas “viradas” no sentido anti-horário na gravura e você pode observar o terceiro plano, do qual fazem parte tanto o sujeito ao centro que vem do porão carregando um saco às costas quanto o que desce a escada a sua frente, mais no alto. Também faz parte desse mundo o que desce a escada carregando o balde.
Em Escher a perspectiva pode iludir. O que para um é porta para outro é buraco no chão. Uma escada pode ser usada pelos seus dois “lados”. O chão de um é o teto do outro. Por isso é que no filme quando um “cai” acaba reaparecendo “por cima”, caindo novamente sobre quem há pouco estava acima. Muito doido, mas muito convincente e legal. Repare que ele não cria um mundo de sonhos, como o surrealista Salvador Dali. Escher mostra mundos “reais”, concretos. A atenção se volta para os sentidos, que podem ser ‘enganados’.
O extraordinário Escher não parou de inventar. Repare em suas obras “Dia e noite”, “Ar e água” e “Queda d´água”, reproduzidas nesta página. Em “Ar e água”, de 1938, se você correr os olhos do peixe, abaixo e no centro, para o entorno sombrio, vai reparar que a água escura torna-se o pássaro voando; e se olhar de cima, a partir do pássaro, vai notar que o ar em volta transforma-se nos peixes abaixo.Técnica semelhante foi empregada em “Dia e noite”, de 1939. Os pássaros pretos voam da direita (da noite escura) para a esquerda (o dia claro). Os pretos voam sobre o rio claro e os brancos sobre o rio escuro. Note como do chão brotam os contornos que formam os dois grupos de pássaros.
Em 1961 ele criou a gravura “Queda d´água”. Olhe a água a cair. Repare como ela cai sobre a roda e corre para a direita, para o mesmo plano de onde voltará a cair. O que está embaixo aparece ao mesmo tempo no mesmo plano do que parecia acima.
Jane Fonda atravessou mais de seis décadas públicas sendo atriz, ativista, mulher em reconstrução. Nesse…
Quando o corpo diz basta: o adoecimento das mulheres e o mito do normal Por…
Na maior operação policial dos últimos quinze anos, o Rio de Janeiro amanheceu entre o…
Nos confins da era digital, vivemos uma experiência curiosa: por um lado, o mundo se…
"Onde foi que você deixou a criança que brincava numa poça d’água como se navegasse…
Em uma de suas palestras, o psicólogo e escritor Rossandro Klinjey compartilhou uma lembrança terna…