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Existir é a mais visceral de todas as artes

Viver com arte é ouvir o próprio coração, é se guiar pela própria intuição. É entender que existem mistérios entre o céu e a Terra. É compreender que existem razões que a própria razão desconhece. É saber que felicidade e tristeza são faces da mesma moeda e que a mesma mão que bate , acaricia. É ver além do óbvio. É buscar um sentido maior para cada atitude, para cada escolha. É ressignificar a própria existência.

Frida Kahlo e Diego Rivera foram dois pintores mexicanos que faziam sua arte e viviam sua vida com espetacular intensidade. Viver de forma visceral machuca , doi, esfola a alma , deixa os poros abertos para as mais terríveis enfermidades como o tédio, a frieza , a incompreensão ou simplesmente uma vida sem paixão.

Leona Cavali e José Rubens Chacha como Frida e Diego no teatro

Mas não é preciso ser pintor , escritor ou cineasta para fazer da própria vida uma obra de arte. Associamos muito a arte com as intempéries emocionais. Esta associação é muito válida , pois realmente muitos artistas famosos tiveram vidas muito turbulentas no sentido emocional. Mas também podemos encontrar fora da esfera da arte , pessoas capazes de colorir a própria existência com tons gritantes e ferozes. É possível encontrar pessoas capazes de escrever a própria história com ricas metáforas.

Viver de forma visceral, viver de forma artística , independente de se pintar quadros , de se fazer esculturas , escrever livros , compor músicas , dirigir filmes, é viver com autenticidade e intensidade. É buscar o melhor e o pior dentro de si mesmo. É tentar se reconhecer nos pequenos gestos cotidianos e escolher para si o que fala à sua alma.

Viver com arte é ouvir o próprio coração, é se guiar pela própria intuição. É entender que existem mistérios entre o céu e a Terra. É compreender que existem razões que a própria razão desconhece. É saber que felicidade e tristeza são faces da mesma moeda e que a mesma mão que bate , acaricia. É ver além do óbvio. É buscar um sentido maior para cada atitude, para cada escolha. É ressignificar a própria existência.

As pessoas de um modo geral se deixam levar pois remar contra a maré é cansativo e dá trabalho. Remar contra a maré exige uma força e um esforço que para muitos é inútil ou incompreensível. Deixar-se levar parece mais sensato. E talvez o seja. E cabe a cada um esta escolha: navegar de um limite ao outro ou simplesmente existir sem ser triste nem alegre.

 

Portal Raízes

As publicações do Portal Raízes são selecionadas com base no conhecimento empírico social e cientifico, e nos traços definidores da cultura e do comportamento psicossocial dos diferentes povos do mundo, especialmente os de língua portuguesa. Nossa missão é, acima de tudo, despertar o interesse e a reflexão sobre a fenomenologia social humana, bem como os seus conflitos interiores e exteriores. A marca Raízes Jornalismo Cultural foi fundada em maio de 2008 pelo jornalista Doracino Naves (17/01/1949 * 27/02/2017) e a romancista Clara Dawn.

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