Psicologia e Comportamento

Filho mal-educado: “Mas não foi isso que eu ensinei”. Foi sim! – Içami Tiba

Pais que permitem ser submetidos aos caprichos dos filhos estão lhes ensinando a agir da mesma forma com outras pessoas: empregados, professores etc. Esse filho lança o desafio: “Se até meus pais, que podem mandar em mim, não o fazem, quem são vocês para mandar?”. Sente-se, então, o ser todo-poderoso.

Meu filho é mal-educado, mas não foi isso que lhe ensinei

Uma queixa comum das mães/pais é a de que o filho adolescente xinga e maltrata outras pessoas. “Não foi isso o que eu lhe ensinei”, garantem elas/eles. Mas tal comportamento não começou de uma hora para outra. Ele é a denúncia de que os pais deixaram de ensinar que não importa o nível socioeconômico, cultural e profissional, todas as pessoas merecem respeito; ou, então, o costume de outra pessoa o inspirou. De qualquer maneira, quando o jovem agiu de forma errada, os pais não o corrigiram adequadamente.

Talvez, entretanto, o filho não seja um folgado nem um caprichoso, mas uma vítima de pais que exageram, colocando limites demais. Quando a repressão é muito grande, o filho tem um modelo repressor internalizado e o externará sempre que puder. Ou seja, se sofre repressão dos pais, vai reprimir outros, mais fracos. É o mecanismo gangorra.

Os filhos usam tudo aquilo que aprendem a seu favor

Filhos folgados, mas internamente inseguros, fora de casa podem submeter-se timidamente ao primeiro que lhes colocar um limite, um amigo ou professor, por incapacidade de reagir. Às vezes, acontece o inverso: em casa submetem-se, para descontar depois na escola. Felizmente, o ser humano tem a possibilidade de modificar o que não está bom, solucionando problemas. O que passou já está escrito, mas o futuro não. Portanto, qualquer modificação pode ser realizada, desde que haja motivação suficiente. Conclusão: sempre é tempo para melhorar, pois nada está condenado a ser sempre igual.

Livro: Disciplina – Limite na medida certa, de Içami Tiba. Editora Integrare. Excerto extraído de Provocações Filosóficas.

Portal Raízes

As publicações do Portal Raízes são selecionadas com base no conhecimento empírico social e cientifico, e nos traços definidores da cultura e do comportamento psicossocial dos diferentes povos do mundo, especialmente os de língua portuguesa. Nossa missão é, acima de tudo, despertar o interesse e a reflexão sobre a fenomenologia social humana, bem como os seus conflitos interiores e exteriores. A marca Raízes Jornalismo Cultural foi fundada em maio de 2008 pelo jornalista Doracino Naves (17/01/1949 * 27/02/2017) e a romancista Clara Dawn.

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