“A alma da fome é política!” A afirmação de Herbert José de Sousa – o Betinho – nada tem de enigmática. Ela ilustra exemplarmente uma vida de lutas, de empenho e de trabalho pela cidadania e pela vida.
Num país carente de heróis, é reconfortante relembrar que por aqui passou um anjo guerreiro de olhar doce chamado Herbert José de Souza, o Betinho (1935-1997). A trajetória do sociólogo e líder humanista mineiro que lutou por grandes causas, apesar da saúde frágil.
Em 1992, Betinho liderou o movimento pela Ética na Política, que culminou com o impeachment do então presidente Fernando Collor, em setembro do mesmo ano. Esse movimento plantou os alicerces do movimento Ação da Cidadania contra à Miséria e pela Vida. A partir da participação de Betinho, o problema da fome e da miséria tornou-se visível e concreto para todos os brasileiros.
A causa que trouxe maior popularidade ao sociólogo: “estamos começando atuar com um gesto que muitos não estão entendendo, o gesto da solidariedade” – A ideia deixou o país emocionado e espantado pela simplicidade. O eixo das prioridades nacionais era invertido: os alimentos produzidos para saciar a fome não iam para quem tem fome, mas para quem tinha dinheiro. Não era mais possível esperar para combater a miséria e a fome.
E foi nesse momento em que se questionava a ética na política, que nasceu a Ação da Cidadania Contra à Miséria e Pela Vida. Os que rotularam a iniciativa de assistencialista tiveram que se calar diante da enorme adesão popular. Em pouco tempo já existiam mais de 3 mil comitês contra a fome espalhados pelo Brasil. Artistas, empresários, sindicalistas e políticos se engajaram na campanha.
Herbert de Sousa abriu várias frentes de trabalho, principalmente no seu relacionamento com a mídia. Em 1993, foi considerado “homem de ideias do ano”, pelo Jornal do Brasil. Depois de muito lutar contra a doença, Betinho faleceu em 1997, aos 61 anos, em sua casa, no bairro do Botafogo.
“O Brasil tem fome de ética e passa fome em consequência da falta de ética na política”. Betinho
“O jovem não é o amanhã, ele é o agora”. Betinho
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