Diz a lenda que, certa vez, numa floresta paradisíaca, o reino animal estava bem despreocupado com o equilíbrio de toda a fauna e flora. Não poucos, andavam relapsos, não por ignorância, mas por uma ambição desmedida e doentia. Certa feita aconteceu de uma praga mortal e invisível invadir a floresta: foi da noite para o dia que os animais, as plantas e os insetos começaram a adoecer e muitos deles estavam morrendo.
As Serpentes trataram logo de se esconderem em suas tocas e não se arriscaram mais em sair até que os rumores sobre a praga cessassem. As Girafas, curiosas como não há outras, ficaram mesmo ‘pescoçando’ aqui e ali, compartilhando tudo que ouviam sem se preocuparem em investigar se aquilo era verossímil ou mentira deliberada. Os Leões disseram para os bichos que não se preocupassem, pois a praga não era tão agressiva e que todos deveriam continuar levando suas vidas normalmente.
As Raposas doidivanas se colocaram em estado de negação e saíram saltitantes, de fora a fora, abanando as caudas á revelia e com isso espalhavam ainda mais a praga. As Corujas se ocuparam de estudar a situação: por que a praga chegou à floresta, como a praga se espalha, o que se deve fazer para combater a praga, se a praga tem cura ou se todos serão dissipados por ela. As Araras passaram 24 horas por dia, antenadas. Voavam de um canto ao outro, levando as notícias de um canto para o outro. E algumas vezes as informações não batiam, mas mesmo assim, as Araras se sentiam na obrigação de transmiti-las.
As Zebras, foram precisas em armar pálios para que os doentes pudessem ser transportados para um lugar seguro. E mesmo sabendo que só havia lugar seguro para os Leões, entre erros e acertos, as Zebras viram muitos bichos morrendo e tantos outros sobrevivendo.
Os Beija-flores eram aqueles que se dedicaram a espalhar flores, em cada coração despedaçado pelas circunstâncias, deixavam uma flor pequenina. A flor pequenina representava a esperança por intermédio da luta. As Raposas, Os Leões e as Girafas ao verem que os Beija-flores agiam assim, caçoavam deles e peguntavam com deboche: – Vocês pretendem livrar a floresta da praga com essas flores? – Os Beija-flores responderam: As pragam vêm e vão. Com elas, ou sem elas, só as flores transformam e dão sentido á vida!
Da redação de Portal Raízes
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