Psicologia e Comportamento

Um dia você vai encontrar alguém…

Um dia você vai encontrar alguém com voz macia que irá te arrancar suspiros a cada sussurro ao pé do ouvido, que te cantará músicas idiotas aos domingos de manhã, as quais você achará tão lindas como qualquer composição de Chico, que irá ler Adélia Prado pra você antes de dormir, que vai velar teu sono enquanto ouve as batidas do teu coração ecoando no silêncio da noite como uma mimosa melodia, que em noite de lua alta vai te levar até a sacada e dizer olhando nos seus olhos que é você quem ele quer pra vida toda.

Um dia você vai encontrar alguém pra compartilhar alegrias e vitórias, mas que também estará lá pra te levantar depois de uma dessas rasteiras que a vida nos dá, alguém que vai te dizer pra seguir em frente quando o resto do mundo for um sinal vermelho te mandando parar.

Um dia você vai encontrar alguém que não vai te entender completamente e que por isso mesmo vai se esforçar ao máximo em se embrenhar nos seus mistérios, nos seus questionamentos mais íntimos.

Um dia você vai encontrar alguém que a queira por inteiro, porque o amor não vive de metades, alguém capaz de te tirar o fôlego com apenas um sorriso bobo ou um galanteio desajeitado.

Um dia você vai encontrar alguém que vai te mostrar que bonito mesmo é o indizível, aquilo que fica entalado na garganta quando os olhos brilham, que um abraço vale mais que mil palavras, que saudade é o nome que se dá quando a gente mora mais no outro do que em nós mesmos.

Mas tenha calma. Se você ainda não encontrou esse alguém, não precisa se desesperar e sair batendo de porta em porta perguntando se alguém viu o amor da sua vida por aí. Ainda há tempo, sempre há.

Às vezes, o melhor da vida acontece entre um café e um bolero de Gardel, entre coincidências e desencontros improvisados. O amor é jazz.

Texto de Jocê Rodrigues

 

Portal Raízes

As publicações do Portal Raízes são selecionadas com base no conhecimento empírico social e cientifico, e nos traços definidores da cultura e do comportamento psicossocial dos diferentes povos do mundo, especialmente os de língua portuguesa. Nossa missão é, acima de tudo, despertar o interesse e a reflexão sobre a fenomenologia social humana, bem como os seus conflitos interiores e exteriores. A marca Raízes Jornalismo Cultural foi fundada em maio de 2008 pelo jornalista Doracino Naves (17/01/1949 * 27/02/2017) e a romancista Clara Dawn.

Recent Posts

“Descobri o meu TDAH na vida adulta e o que parecia uma sentença, foi libertador” – Gabor Maté

O diagnóstico de TDAH pode ser um ato de libertação. Receber um diagnóstico de TDAH…

5 dias ago

Não há nada mais subversivo do que a mulher que se recusa a ser interpretada por narrativas impostas – Com Judith Butler

Durante séculos, a mulher foi interpretada. Interpretada pela religião, pela ciência, pela literatura, pela política…

7 dias ago

10 maneiras de criar meninos não sexistas, segundo Maria Montessori

A violência de gênero, muitas vezes, é a culminação de processos invisíveis, silenciosos, que se…

1 semana ago

7 maneiras de educar com amor e limite segundo Élisabeth Roudinesco

As transformações sociais e culturais das últimas décadas mudaram radicalmente a forma como amamos, criamos…

2 semanas ago

“Quando uma vítima mente para proteger o agressor, ela vira ponte para outra mulher sangrar” — Márcia Goldschmidt

“Quando uma vítima mente para proteger o agressor, ela não só é cúmplice dele, mas…

2 semanas ago

Celebrar a própria vitalidade é, em qualquer idade, um gesto político de resistência – Jane Fonda

Jane Fonda atravessou mais de seis décadas públicas sendo atriz, ativista, mulher em reconstrução. Nesse…

3 semanas ago