Pais e Filhos

4 maneiras de trabalhar com a criança a baixa tolerância à frustração – Léo Fraimain

Muitas crianças lutam contra a tolerância à frustração. A raiva e a frustração são emoções poderosas e as reações das crianças podem ser intensas no momento. Como adultos, sabemos quando nossos botões de raiva são acionados. Sabemos o que precisamos fazer para resolver algo frustrante de maneira adequada. As crianças, no entanto, não entram neste mundo com o bolso cheio de habilidades para lidar com a frustração.

O desenvolvimento de estratégias de enfrentamento para lidar com a frustração requer tempo e prática. A boa notícia é que os pais podem ajudar os filhos a desenvolverem habilidades de tolerância à frustração em casa. Com um pouco de orientação (e muita paciência), você pode ensinar seu filho a lidar com a situação quando as coisas ficam difíceis.

4 maneiras de trabalhar com a criança a baixa tolerância à frustração, segundo o psicoterapeuta Leo Fraiman. Confira:

1 – Mostre à criança que ela é capaz de tolerar desafios

Para algumas crianças, pode ser útil dividir o desafio em etapas menores para atingir o objetivo final. Os pais devem lembrar aos filhos os seus objetivos finais para ajudar a mantê-los motivados, para que possam superar os desafios e alcançar os seus objetivos.

2 – Elogie as tentativas, o processo e os acertos

Permita que seu filho veja você tentando uma atividade, falhando e falando sobre tentar novamente. Ao brincar com blocos, tente empilhar alguns desequilibrados para que caiam. Observe em voz alta o que deu errado e continue a narrar enquanto se move lentamente para empilhar os blocos novamente com cuidado. Reconheça e nomeie o valor da persistência mesmo quando o domínio não é imediato:

  • “Uau, você estava muito focado trabalhando na caixa de moedas hoje.”
  • “Você continuou tentando mesmo quando se sentiu frustrado.”
  • “Antes era difícil empilhar os blocos, mas você continuou praticando e hoje empilhou três”.

Apontar a persistência e a melhoria gradual ajuda seu filho a se concentrar em seu progresso.

3 – Não ceda ao impulso de ajudar sem deixá-la tentar, repetidas vezes

Crie hábitos gradualmente. O sucesso é mais provável se a criança atingir pequenas metas de forma consistente, ao invés de almejar grandes objetivos e fracassar. Persistência é quando você se esforça em algo mesmo quando é difícil. É uma questão de lutar pela conquista e não do quanto inteligente você é. Não há problema em desafiar gentilmente a criança sobre persistir naquilo que ela pode fazer. Observe seu esforço e comemore suas vitórias.

4 – Não faça por ela, o que ela pode e deve fazer sozinha

A autonomia permite que a criança administre sozinha tarefas cotidianas, como guardar os brinquedos, comer, se limpar, se vestir, colocar o lixo na lixeira… A necessidade de autonomia evolui ao longo da infância e adolescência. Tornar-se autônomo significa adquirir gradativamente uma forma de controle sobre si mesmo e sobre sua vida. É um elemento essencial de autoconfiança e boa autoestima. Para alcançar a autonomia, as crianças precisam que adultos atenciosos lhes ensinem e lhes orientem quantas vezes for necessário, mas que não façam por elas.

Veja aqui uma tabela por idade, com atividades que as crianças podem fazer sozinhas, segundo as orientações da consagrada educadora italiana Maria Montessori

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