Menopausa: “Todas as noites eu pensava que ia morrer ” – Oprah Winfrey

A escritora e apresentadora de TV norte-americana, Oprah Winfrey se reuniu com sua amiga e jornalista Maria Shriver para falarem sobre menopausa, num especial para a série: “The Checkup with Dr. David Agus”. Oprah que nunca se esquivou de discutir o assunto, começou dizendo que foi um sintoma assustador que a fez saber que a menopausa havia começado. De repente ela passou a ter palpitações cardíacas. A princípio, nenhum dos médicos que Oprah consultou foi capaz de determinar a causa das palpitações. Um chegou ao ponto de passar remédios para o coração.

“Acho que se você não tem ondas de calor, coisa que eu não tive, então você não entende as mudanças de humor, mudanças físicas, não relaciona outros sintomas como sendo menopausa. Quando meus sintomas apareceram, procuramos a explicação mais terrível – doença cardíaca – em vez da mais provável”, escreveu Oprah em 2019 .

Acontece que as palpitações eram na verdade um sintoma da menopausa. Não apenas sua frequência cardíaca estava acima de 200, mas ela também temia por sua vida toda vez que ia dormir. “Todas as noites, eu tinha diários preenchidos com, ‘Não sei se vou aguentar até de manhã. Eu pensei que ia morrer todas as noites”, disse Oprah na entrevista.

O fim da menstruação trouxe dificuldade de concentração e o desequilíbrio das emoções:

Durante a discussão, Ophah e Shriver concluíram que, involuntariamente ou não, a sociedade falhou em explicar adequadamente o potencial que o envelhecimento nas mulheres possui. Em vez de incutir conhecimento, infunde apreensão.

“Acho que as mulheres pensam que a menopausa significa só fim da menstruação e algumas ondas de calor, mas elas não ligam os pontos de palpitações cardíacas, ansiedade, depressão, apatia, perda da libido, insônia, falta de concentração, raiva de tudo, baixa autoestima… Elas não entendem que isso está realmente acontecendo primeiro no cérebro e que toda essa explosão de coisas que estão passando são mudanças físicas que podem ser associadas ou atribuídas à perimenopausa ou menopausa”.

É preciso desestigmatizar a experiência da menopausa

Ophah e Shriver concordaram que as maioria das mulheres ainda são “inflexíveis” em falar publicamente sobre a menopausa porque muitas delas não reconhecem todos os sintomas.

Ophah explicou que seu desejo de aprender mais e desestigmatizar a experiência da menopausa começou quando ela percebeu que a falta de conhecimento a havia colocado quase no inferno. Ela explicou que na época em que vivenciou a menopausa começou a se sentir extremamente apática e incapaz de se concentrar por tempo suficiente para ler. E este sintoma a levou a encerrar o Oprah’s Book Club.

“Eu acho que apesar de ser terrível conviver com menopausa, ter acesso à informações e acompanhamento especializado, ela não é algo a temer, não é algo que te deixa louca. Há toda aquela coisa lá fora que diz que as mulheres que estão na menopausa são loucas, e então a sociedade diagnostica as mulheres de loucas e isso fica normatizado. O estigma desaparecerá se as mulheres se sentirem empoderadas na crença prática de que na verdade não há nada de errado com elas, é só uma fase de transformação na mente e no corpo e está tudo bem. O estigma será descontruído se as mulheres falarem sobre os problemas pelos quais estão passando aberta e corajosamente”, observou Shriver.

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