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“Sofro abandono afetivo desde o dia que eu nasci”, diz filho de Edmundo

O cineasta Alexandre Mortágua, filho do craque de futebol Edmundo com a modelo Cristina Mortágua, está vendendo geleias pela internet durante a pandemia para ajudar a pagar suas contas. Ele que não fala com o seu pai há 9 anos, fez uma série de desabafos em suas redes sociais:

“Tempos difíceis para uma #gayfreela como eu. Eu amo cozinhar e os últimos meses foram bem ruins de trabalho (tipo quase nada). Ficar sem pagar as contas ainda não pode. Eu e minha parceira de vida resolvemos produzir algumas coisas gostosas que cozinhamos em casa no dia a dia”.

O cardápio o ‘Geleia do Lelesauro’ foi desenvolvido por Alexandre e uma amiga, com quem divide apartamento em São Paulo. Há sabores como pimenta, maçã verde e hortelã, morango e melancia, além de picles de rabanete e chutney de manga, com preços que variam entre R$ 15 e R$ 22.

“Última vez que encontrei meu pai eu tinha 16 anos e foi pela decisão de um juiz”

Em 2019, o cineasta falou no programa Luciana By Night, sobre a falta da presença paterna. “Última vez que encontrei meu pai eu tinha 16 anos e foi pela decisão de um juiz”.

Edmundo contou ao UOL que pagou uma pensão mensal ao filho no valor de 30 salários mínimos, cerca de R$ 31.350 reais por mês mais 13º salário. Ele diz ter pagado cerca de R$ 407.550 por ano de pensão, o que ao longo dos 24 anos totaliza cerca de R$ 10 milhões.

“Ele fala como se tivesse pagado de muita boa vontade. ‘Ele se aproveita’. Se aproveita de que, meu senhor? Meu pai sempre deixou muito claro que nossa relação era apenas uma formalidade dele com a Justiça para ele evitar que fosse preso. Muito triste mesmo ele ter na ponta do lápis (um cálculo bem mal feito, por sinal) o valor que tem o filho mais velho dele”.

“Sofro abandono afetivo e alienação parental desde o dia que eu nasci”

“Sofro abandono afetivo e alienação parental deste homem desde o dia que eu nasci, de forma pública e vexatória. Mas veja só, estou aqui, vivo, saudável, amando e sendo amado. Existe um mundo de coisas lindas e maravilhosas para os homens que abrem mão de sua masculinidade tóxica e estou pronto para ele. Homens como o Edmundo infelizmente não estão e eu não estou aqui para explicar porque ele não vai ser convidado para a festinha”.

Mesmo com todas as discussões que o mundo tem proposto, alguns homens ainda pensem dessa forma

“A história se repete com vários homens parecidos como o Edmundo, 5,5 milhões de crianças não têm o nome do pai e ouvem da boca do progenitor ‘mas eu paguei a sua pensão’. No mundo que eu quero viver, não existe a menor possibilidade de homens machistas, homofóbicos e violentos serem endeusados. O Edmundo tem a família dele, que tenho certeza que ele ama e cuida, só não faço parte dela. Passar por essa situação, de forma pública, nunca foi minha intenção, eu só postei no meu Instagram que estou trabalhando para pagar as minhas contas. Não entendi mesmo o que ele quis dizer quando disse: ‘ele se aproveita'”.

“Homens, se atualizem, o mundo que vocês conhecem acabou, morreu, está esfarelando, implodindo, ele vai ser destruído por bichas afeminadas, mulheres fortes, jovens que desafiam o capitalismo, artistas, músicos e todo mundo que foi deixado de fora”.

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As publicações do Portal Raízes são selecionadas com base no conhecimento empírico social e cientifico, e nos traços definidores da cultura e do comportamento psicossocial dos diferentes povos do mundo, especialmente os de língua portuguesa. Nossa missão é, acima de tudo, despertar o interesse e a reflexão sobre a fenomenologia social humana, bem como os seus conflitos interiores e exteriores. A marca Raízes Jornalismo Cultural foi fundada em maio de 2008 pelo jornalista Doracino Naves (17/01/1949 * 27/02/2017) e a romancista Clara Dawn.

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