Graças ao grande envolvimento das redes sociais, cada vez mais casos machistas estão sendo expostos ao público em uma tentativa de acabar com esse comportamento.

Recentemente, durante a Copa do Mundo, um vídeo machista, misógino e racista postado nas redes sociais por um grupo de brasileiros na Rússia teve grande repercussão. Nas imagens que têm revoltado muita gente, ao menos cinco homens tentam convencer uma mulher russa a gritar uma frase impublicável, uma referência constrangedora a si própria, que não fazia ideia do que ele estavam falando e pedindo para ela repetir. Para a surpresa do grupo a sociedade demonstrou seu repúdio pela atitude.

A Polícia Militar de Santa Catarina (PM-SC) e a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco identificaram nominalmente dois dos homens que aparecem no vídeo, um deles é um tenente que trabalha em Lages (SC) e está de férias na Rússia e deverá responder a um processo administrativo disciplinar quando retornar ao trabalho.

O outro é um advogado de Pernambuco, inscrito na OAB. A entidade repudiou o episódio, alegando que “a preconceituosa atitude dos torcedores causa vergonha para todos nós, brasileiros, e vai na contramão do atual contexto de luta contra a desigualdade de gênero, em que cada dia mais as instituições públicas e privadas estão em busca de soluções conjuntas para que nenhuma mulher sofra qualquer tipo de violência ou discriminação pelo fato de ser mulher.”

Em outro caso, um dos homens que aparecem em outro vídeo denegrindo mulheres na Rússia, o engenheiro Felipe Wilson, foi desligado pela Latam após divulgação do vídeo. A empresa anunciou nesta quarta-feira(20) a demissão do funcionário.

A companhia aérea divulgou uma nota oficial sobre o ocorrido. “A LATAM Airlines Brasil repudia veementemente qualquer tipo de ofensa ou prática discriminatória e reforça que qualquer opinião que contrarie o respeito não reflete os valores e os princípios da empresa. A partir deste pressuposto, a companhia informa que tomou as medidas cabíveis, conforme seu código de ética e conduta”.

Todos alegam que tais atitudes são “brincadeira”, e o que estamos lutando para dizer é “não! isso não é brincadeira, é machismo, é misoginia, é racismo”. O Brasil é o quarto país onde mais são cometidos feminicídios por ano, uma mulher é morta a cada 2 horas.
O número de estupros é igualmente revoltante, sendo uma mulher estuprada a cada 11 minutos, ou seja, mais de 5 mulheres violentadas, abusadas por hora.

Esse abuso contra a mulher é tão frequente no povo brasileiro que é quase impossível passar um dia sem tomar conhecimento de alguma coisa revoltante que nos deixa iradas e/ou amedrontadas.

Esse tipo de vídeo só reforça estereótipos que são as bases do machismo sendo por sua vez a causa das mortes e estupros que vemos todos os dias. O machismo tem que acabar.






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