“Quando as pessoas estão mais conectadas umas com as outras, isso não apenas as deixa mais felizes, mas as mantém mais saudáveis. E, em média, elas também vivem mais. Essa conexão pode ser intensificada encontrando mais pessoas durante um tempo ou estabelecendo relações mais próximas e calorosas com uma ou algumas pessoas que você sente realmente que irão apoiá-lo se você precisar.

A solidão é uma fonte de estresse. Não fomos feitos para viver sozinhos. Quando estamos sozinhos, os níveis de estresse do corpo aumentam e isso nos leva a um estado de resposta de luta ou fuga, que acontece quando você está com medo de algo, sua frequência cardíaca e pressão arterial aumentam e você se prepara para enfrentar um desafio. Mas a solidão é um desafio que não tem fim. Assim seu corpo permanece nesse estado com níveis mais altos de hormônios do estresse, inflamação crônica, e isso contribui para destruir o corpo e a saúde.

Às vezes pensamos que as outras pessoas são felizes o tempo todo, enquanto nós não sabemos o que estamos fazendo, mas nenhuma vida é feliz 24 horas por dia, sete dias na semana. Por outro lado, há certas coisas que podemos fazer que nos tornam mais propensos a nos sentirmos bem na maior parte do tempo. Isso inclui cuidar da nossa saúde, cuidar do nosso corpo, comer bem, fazer exercícios regulares, não abusar de drogas ou álcool e ter senso de propósito, além de estarmos mais conectados com outras pessoas.

Nunca é tarde demais para fazer mudanças em sua vida que o ajudarão a ser mais feliz. Algumas pessoas pensam, ‘Oh, é tarde demais para mim’, ‘Estou muito enferrujado’, ‘As coisas simplesmente não deram certo para mim’. E o que descobrimos quando acompanhamos a vida dessas pessoas por décadas é que, de fato, muitas pessoas, mesmo no final da vida, fazem grandes mudanças que podem ajudá-las a serem muito mais felizes”.

Excerto de uma fala do psiquiatra Robert Waldinger, um dos líderes do Harvard Study of Adult Development (Estudo de Harvard sobre Desenvolvimento de Adultos), realizado desde 1938 nos Estados Unidos, em entrevista ao jornal O Globo. Leia a entrevista na íntegra aqui.






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