36 anos se passaram desde a exibição do primeiro episódio de Chaves, em 1984, na tv brasileira, muitos cresceram assistindo o programa, que desde sempre agrada todas as idades.

Em nota, o SBT informou que não será mais possível exibir o programa, desde uma notificação da Televisa, rede mexicana detentora dos direitos de Chaves, Chapolin e Chespirito, de que há um “problema pendente a ser resolvido com o titular dos direitos das histórias”. A emissora informou que tem grande expectativa de poder renovar o acordo, e espera que tudo seja resolvido em breve.

A atriz de Florinda, publicou em suas redes sociais sua insatisfação com o acontecimento, e disse que em momento algum foi consultada “Qual a minha opinião sobre deixar de transmitir o programa Chaves? Ainda que eu não tenha nada a ver com isso, porque, inexplicavelmente, não fui convocada para as negociações, creio que agora, quando o mundo mais precisa de diversão, fazer isso é uma agressão às pessoas”.

A atriz acrescentou ainda que acredita que a decisão vai contra os próprios interesses comerciais da empresa, pois, em um momento de pandemia, as pessoas querem assistir a algo que as recorde “de um mundo que já foi melhor”.

Chaves e Chapolin são responsáveis por muitas risadas, alegria e reunião de famílias para assistir o programa, seria uma pena as novas gerações não terem contato com um programa tão maravilhoso.

“Pela primeira vez encontro uma razão para dizer ‘que bom que meu Roberto não está neste mundo’. Este ato incompreensível chuta sua memória e aquilo que ele mais respeitava: o público”, declarou Florinda Meza, viúva de Roberto Bolaños (Chaves).

3 conceitos filosóficos que aprendemos com Chaves

Chaves vai muito além de apenas nos fazer sorrir, ele ensina também alguns conceitos filosóficos por mais que não reparemos nisso. As informações são do site Galileu.

Cinismo: A filosofia vive em um barril

Assim como Chaves, o filósofo pós-socrático Diógenes vivia em um barril. E todo o desprendimento do garoto com a vida não poderia ter outra influência senão o maior representante do cinismo. Não, não é o cinismo das tias que perguntam “E os ‘namorado’?” para os sobrinhos solteiros. Mas, sim, o conceito filosófico que foi levado ao extremo por Diógenes, que, segundo dizem, andava nu e “não tinha propriedade alguma para não ser propriedade de nada”, como lembra o filósofo Mario Sergio Cortella, no programa Agora é Tarde.

O Eterno Retorno: Nietzsche de calça jeans

Na obra A Gaia Ciência, Nietzsche propõe uma ideia mais perturbadora do que o amor de Dona Clotilde para o Seu Madruga. Ele sugere a possibilidade de termos de viver outras vidas repetidamente, fazendo as mesmas coisas que fizemos nesta. É o conceito do Eterno Retorno. Assim, imaginando que cada episódio da vila seja uma vida diferente, as ações que lá acontecem ocorrem repetidamente porque estão condenadas a este conceito. O pobre coitado do Seu Madruga, então, seria o melhor exemplo da ideia, uma vez que sempre é cobrado a pagar os mesmos 14 meses de aluguel; e sempre será condenado a apanhar da Dona Florinda, ainda que não tenha culpa. Se incorporasse a ideia proposta por Nietzsche, ele poderia tentar romper o ciclo de sofrimento para ficar bem consigo mesmo. Mas arrumar um emprego e enfrentar a mãe do Quico não parece uma opção.

Filosofia do Absurdo: Albert Camus só quer evitar a fadiga

Olhando pelos olhos do escritor e filósofo Albert Camus, o carteiro Jaiminho poderia ser um revoltado. Sempre com a desculpa de “evitar a fadiga”, o habitante mais ilustre de Tangamandapio poderia, na verdade, ter tomado consciência da inutilidade de seu trabalho e criado, assim, uma metáfora sobre a vida moderna, na qual as pessoas são obrigadas a realizar tarefas sem sentido. A ideia está no ensaio O Mito de Sísifo, que apresenta os conceitos da filosofia do absurdo, no qual Camus faz uma referência à lenda grega do mortal que prendeu a morte e, como castigo dos deuses, foi obrigado a rolar uma pedra morro acima, que, ao chegar no topo, despencaria novamente. E seguia assim por toda a eternidade. Para Camus, a solução, no lugar do suicídio, seria a revolta. E quem paga são os outros habitantes da vila que precisam procurar por suas próprias cartas.

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