Deixem-me envelhecer sem compromissos e cobranças. Sem a obrigação de parecer jovem e ser bonita para alguém. Quero ao meu lado quem me entenda e me ame como eu sou. Um amor para dividirmos tropeços desta nossa última jornada. Quero envelhecer com dignidade, com sabedoria e esperança. Amar minha vida, agradecer pelos dias que ainda me restam.
Eu não quero perder meu tempo precioso com aventuras. Paixões perniciosas que nada acrescentam e nada valem. Deixem-me envelhecer com sanidade e discernimento. Com a certeza que cumpri meus deveres e minha missão. Quero aproveitar essa paz merecida para descansar e refletir.
Ter amigos para compartilharmos experiências, conhecimentos. Quero envelhecer sem temer as rugas e meus cabelos brancos. Sem frustrações, terminar a etapa final desta minha existência. Não quero me deixar levar por aparências e vaidades bobas. Nem me envolver com relações que vão me fazer infeliz.
Deixem-me envelhecer, aceitar a velhice com suas mazelas. Ter a certeza que minha luta não foi em vão: teve um sentido. Quero envelhecer sem temer a morte e ter medo da despedida. Acreditar que a velhice é o retorno de uma viagem, não é o fim. Não quero ser um exemplo, quero dar um sentido ao meu viver. Ter serenidade, um sono tranquilo e andar de cabeça erguida. Fazer somente o que eu gosto, com a sensação de liberdade. Quero saber envelhecer, ser uma velha consciente e feliz!
Poema – Deixe-me Envelhecer – da escritora Concita Weber – Extraído do livro: O Topo da Montanha (Contos e Poesia) – Editora Biblioteca 24horas – São Paulo, em 2014.
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“Todos são portadores de felicidade.Uma pena notar que boa parte da humanidade ainda é assintomática.”