Psicologia e Comportamento

É impossível ser feliz sozinha? Conheça 8 fatos fundamentais sobre solidão

Recentemente, uma decisão do Reino Unido de nomear uma ministra dedicada ao tema “solidão” trouxe à tona esse sentimento tão temido. Afinal, se sentir só é sempre ruim? Solidão mata? É impossível ser feliz sozinha? Aqui, reunimos 8 fatos fundamentais que envolvem a questão.

1. Já existe uma Ministra da Solidão

Em janeiro, o governo da britânica Theresa May deu um passo histórico neste sentido. Inevitavelmente, a nomeação de Tracey Crouch, 42, para o cargo, ganhou as manchetes do mundo inteiro. A ex-deputada definiu a solidão como um “desafio geracional”, que já atinge nove milhões de pessoas de seu país, sobretudo aquelas que já passam dos 75 anos.

2. Solidão é o maior medo dos idosos brasileiros

Um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de São Paulo com duas mil pessoas acima dos 55 anos constatou que a solidão é o maior temor de quem chega a uma idade avançada. Esse medo foi apontado por 29% dos participantes.

3. A solidão pode ser mortal

A ciência também é capaz de medir e ponderar os riscos que a solidão provoca. Após avaliar o estilo de vida e a saúde de três milhões de norte-americanos com até 65 anos, pesquisadores da Universidade Brigham Young, nos EUA, concluíram no ano passado que o isolamento social aumenta em até 32% as chances de morte prematura. Segundo o estudo, se sentir só faz tão mal para a saúde quanto fumar 15 cigarros por dia, ser alcoólatra ou obeso.

Isso porque a interação social ajuda a diminuir os níveis de cortisol do organismo. Este hormônio está diretamente relacionado ao estresse, reação capaz de provocar doenças cardíacas e derrame, que colocam a vida em risco. Por isso, procure ajuda!

5. É possível se sentir só, estando acompanhado

Nem todo solteiro padece de solidão, assim como nem todo casal está livre de vivê-la. A psicanalista e escritora Regina Navarro Lins tem observado uma tendência na busca por segurança afetiva. “Por medo da solidão os casais suportam o insuportável tentando manter a estabilidade do vínculo, e se tornam dois estranhos ocupando o mesmo espaço”, diz.

6. Ser solteira(o) é preciso

Em artigo escrito no periódico “Heart”, em 2016, a psicanalista norte-americana Julianne Holt-Lunstad, da Universidade Brigham Young, especialista no assunto, cravou: “Ser solteira(o) é um risco importante, mas nem todo casamento é feliz. Temos de levar em consideração a qualidade dos relacionamentos, não simplesmente sua existência ou quantidade”.

7. A era da Internet expôs uma pressão social

A imposição de padrões até de felicidade se espalha na web e piora a sensação de solidão, diz Carlos Correia, voluntário do CVV (Centro de Valorização da Vida), procurado diariamente por pessoas desamparadas psicologicamente. “Nas datas comemorativas, somos bombardeados por todos os lados de um padrão de felicidade ao qual muitas vezes não nos encaixamos”, conta em entrevista ao UOL. “Isso leva ao isolamento; mina a autoestima”.

8. O lado bom da solidão se chama solitude

“A linguagem criou a palavra solidão para expressar a dor de estar sozinho. E criou a palavra solitude para expressar a glória de estar sozinho”, dizia o filósofo existencialista Paul Tillich. Para Carlos, “provocar o que chamamos de ‘choque de solidão’ e se desconectar por um breve momento do resto do mundo é uma ferramenta de autoconhecimento poderosa”. Reavaliar planos, rever decisões e aprender a se sentir bem na própria companhia são os maiores méritos da solitude. “É como fazer uma DR consigo mesmo. Fundamental!”.

Fonte: Uol

Portal Raízes

As publicações do Portal Raízes são selecionadas com base no conhecimento empírico social e cientifico, e nos traços definidores da cultura e do comportamento psicossocial dos diferentes povos do mundo, especialmente os de língua portuguesa. Nossa missão é, acima de tudo, despertar o interesse e a reflexão sobre a fenomenologia social humana, bem como os seus conflitos interiores e exteriores. A marca Raízes Jornalismo Cultural foi fundada em maio de 2008 pelo jornalista Doracino Naves (17/01/1949 * 27/02/2017) e a romancista Clara Dawn.

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