As frequentes demandas, a falta de uma rede apoio, o descanso, a má divisão das tarefas com os filhos, as preocupações e a privação do sono, podem ser agentes muito tóxicos a longo prazo, podendo levar as mães a quadros de ansiedade, depressão e até mesmo à fragilização da saúde do corpo. Para compreender melhor como toda essa jornada materna é difícil, o psicoterapeuta Léo Fraiman fala sobre as 4 maiores dores das mulheres especialmente das mães: medo, culpa solidão e estresse. Entenda:

O Medo: Fraiman diz que é natural que a mãe tenha medo de que algo ruim aconteça com a sua criança e não pode e nem deve zerar esse medo, pois o medo racional funciona como uma alavanca para estudar e criar ferramentas capazes de proteger a criança ao mesmo tempo que a ensina autonomia. O especialista enfatiza que um dos maiores medos das mães é de não conseguir desempenhar o seu papel como mãe, com perfeição.

Entretanto ele afirma que educar uma criança é um projeto para ser exercido diariamente; é luz e sombra; alegria e tristeza; glória e tormento; errar e acertar… todos os dia. Só termina quando o filho conquista autonomia para lidar sozinho com todas as suas questões.

A Culpa: O especialista diz que a culpa, assim como o medo, tem a função psíquica de não desprezar, não abandonar a criança, não deixa-la à própria sorte. Portanto, uma vez compreendida como ferramenta psíquica positiva, as mães podem usá-la para aprimorar o seu conhecimento acerca de si mesmas e de como cuidar educar assertivamente seus filhos. Essa culpa consciente impulsiona a frear os impulsos negativos; ensina a humildade em reconhecer os erros, a pedir perdão e redirecionar o comportamento na direção de um bem comum.

O Estresse: Fraiman explica que a neurociência afirma que o maior problema do estresse é que geralmente ele está acompanhado de noites mal dormidas, e essa rotina provoca um círculo vicioso no corpo e na mente, freando a produção de neurotransmissores necessários ao bem-estar integral das mães. Ele aconselha a fazer uma divisão mais justas das tarefas com os filhos e as tarefas domésticas com o companheiro; que a mulher deve se impor e exigir essa divisão de tarefas, porque, muitas vezes, tudo que uma mãe precisa é ter um tempo para descansar de verdade. O especialista enfatiza que uma mãe só precisa ser suficientemente boa, que é aquela que cuida, que alimenta a prole ao mesmo tempo que alimenta a si mesma. “Filhos respeitam mães que se dão o respeito”, afirma Fraiman.

A Solidão: Léo Fraiman aponta que a solidão materna está relacionada à sensação de ela é a única que está sofrendo ao desempenhar o seu papel como gestora da educação de filhos, pois as redes sociais estão cheias de pessoas postando coisas legais, mostrando como fazem tão bem isso ou aquilo. Mas, ele afirma que em todas as famílias há luz e sombras, erros e acertos diários. Fraiman aconselha a buscar ajuda qualificada, a se conectar com uma rede apoio e a participar de grupos de mães que não têm vergonha de falarem sobre suas dores e limitações.

Para ter acesso a fala do psicoterapeuta Léo Fraiman na íntegra, veja abaixo:






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