Vai ser solitário e difícil, porém lhe trará, cada vez mais, ao protagonismo da sua própria vida. Ela será distorcida em diferentes lados e frentes, mas siga! Continue ouvindo, observando, estudando e, principalmente, pontuando suas perspectivas. Pense, escreva e FALE! Ahhh… Ajude outras mulheres a reconhecer, ouvir e usar suas vozes.

Por vários momentos você terá que se impor num tom mais grave e ele será visto como agressivo, imaturo e vitimista. Então você começará a duvidar de sua capacidade e força. Quer uma dica? Fale com as mulheres que você conhece e que lhe conhecem na essência. Você verá que essa imagem depreciativa não cola, mesmo que tentem grudá-la em você.

Amiga, tentarão lhe explicar aquilo que você já sabe, interromper o que você estiver falando e lhe culpar por uma instabilidade que possa acontecer. Dirão que você deve ser delicada, educada e sábia (no sentido de calada e sem questionamentos).

Quando você bater a mão na mesa e exigir respeito, vão dizer que é culpa da sua menstruação, que é falta de sexo (como se soubessem tudo o que você faz), ou lhe colocarão rótulos de doente mental (e mesmo se estiver tratando de uma condição assim, isso NUNCA deve ser colocado pra lhe depreciar, nem na sua frente, nem nos bastidores).

Vão dizer que você é louca por ter sentido algo diferente e, porque não, mágico sobre aquela relação; vão dizer que a culpa é sua por isso e que não existe responsabilidade de lá, ela só está contigo.

Seu corpo, seu cabelo, suas roupas… Isso tudo nunca será suficiente pra eles, mas, quando a sua voz estiver bem colocada e o amor por si mesma já tiver saído do estágio de aprisionamento, você vai entender que ser quem você é, já é incrível (e isso não exclui o fato de você se sentir cansada, irritada e insatisfeita consigo. Você é humana e passa por dias assim também).

Sim, sei bem como é isso, mas hoje conheço minha voz e além dela estar no rádio, na TV, na internet e no coração de vocês, ela ecoa em mim, traduz quem eu sou e o que penso. Sou privilegiada de ter encontrado minha voz e mais: de poder usá-la de tantas formas.

Este texto é para todas aquelas mulheres que ainda estão com medo, que duvidam, desconhecem ou não sabem como iniciar o processo.

Texto de Tetê Ribeiro – Psicopedagoga, acadêmica de psicologia, jornalista, locutora, escritora. @_teteribeiro






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