No Brasil, 96% dos pais gostariam que as escolas fornecessem serviços de saúde mental gratuito aos estudantes, é o que indica uma pesquisa da Pearson, empresa mundial de aprendizado. As informações são da CNN.

O estudo revelou que a preocupação dos brasileiros com os cuidados psicológicos é maior do que a média global. Para a pesquisa, foram ouvidas mais de oito mil pessoas do Brasil, China, Índia, Reino Unido e Estados Unidos. Nos cinco países pesquisados, o índice de entrevistados que também tem esse desejo é de 92%.

Esse aumento da demanda pelos serviços voltados à saúde mental é uma consequência da pandemia da Covid-19, segundo Juliano Costa, vice-presidente de Estratégia de Conteúdos na Pearson.

“Após dois anos e meio de pandemia, percebemos que, tanto global quanto nacionalmente, a demanda por cuidados da saúde mental se evidenciou em todos os âmbitos e o educacional não fica de fora. Tendo em vista esse cenário, pais e alunos desejam que temas relacionados ao bem-estar mental e psicológico não somente sejam abordados, mas que estejam em prática nos espaços de aprendizagem desde o início da formação escolar”, explica Costa.

Outro ponto levantado no estudo é de que 67% dos brasileiros acreditam que as crianças deveriam ser introduzidas em programas e recursos de bem-estar e saúde mental logo nos primeiros anos de vida escolar. E cerca de 93% dos pais afirmam que os colégios devem desempenhar um papel mais importante na formação de pessoas.

A priorização da saúde mental também prevalece no ensino superior

De acordo com a pesquisa, 93% dos brasileiros dizem estar inclinados a escolher universidades, para si mesmos, ou para seus filhos, que se preocupam com a saúde mental dos seus alunos. Na pesquisa mundial, esse índice é de 90%.

Trabalhadores querem assistência psicológica

Além da preocupação com o suporte psicológico, a pesquisa detectou que 85% das pessoas em todo o mundo esperam que as empresas abordem temas relativos à saúde mental com mais frequência no ambiente de trabalho.

Essa mesma porcentagem se repete no Brasil

Porém, 62% dos brasileiros afirmaram que não há nenhuma iniciativa dos empregadores neste sentido. A maioria dos funcionários (92%) consideram que os benefícios de saúde mental e bem-estar são partes importantes na tomada de decisão na hora de trocar de emprego.

A Lei que determina a presença de psicólogas(os) e assistentes sociais nas escolas públicas existe, mas ainda não se cumpriu 

É comprovado que uma educação pública, integral de qualidade, inclusiva, politécnica e que tenha uma fusão entre saúde mental, cultura e esportes, resolve um sem número de problemas psicossocioculturais.

O Congresso Nacional aprovou a lei 13.935, que “dispõe sobre a prestação de serviços de psicologia e de serviço social nas redes públicas de educação básica” após quase duas décadas de tramitação.

Em 20 anos, entidades representativas do Serviço Social e da Psicologia se mobilizaram para mostrar para a sociedade e seus representantes no Congresso Nacional o quanto a atuação desses profissionais ampliará a formação humana, em uma lógica construtiva, inclusiva e participativa.

É necessário manter as mobilizações nos estados e municípios para que ocorram a regulamentação e a implementação da lei, a criação de vagas, a dotação orçamentária e a realização de concurso público. Os conselhos federais de psicologia e de serviço social disponibilizaram um manual que sistematiza as orientações, subsídios e os documentos necessários para as ações locais direcionadas para implementação da lei.

Todos os estados devem organizar grupos de trabalho com os atores locais para manter a mobilização necessária nos diversos âmbitos, pois algumas ações relacionadas ao sistema de ensino devem ocorrer até 11 de dezembro de 2020, data que completa um ano da promulgação da Lei.






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