Quando uma mãe morre ela ainda permanece viva dentro do coração do seu filho! Ela é minha casa, meu descanso, minha luz e minha saudade. Nela estão as minhas raízes, é o meu poço mais profundo, a água mais pura da qual bebo… Uma memória sagrada e esperançosa.

Eu olho para minha mãe que já está ausente todos os dias. Eu paro diante da imagem da minha mãe que não está mais comigo. E sou grato por ser seu filho e por mantê-la viva em minha alma. Meu coração se comove quando penso nela e sinto que sou feito de suas entranhas, que até meus ossos foram formados ali e que a vida lhe cobrou isso duramente mais tarde.

Desde o seu primeiro abraço, desde o seu primeiro beijo, o coração de uma criança fica esculpido na alma de uma mãe. Eu olho para ela, sempre acordada em minha vida seguindo meus passos, esperando meu retorno, recebendo meus olhares, vendo minhas quedas, ouvindo minhas palavras.

Ela está presente em mim! Eu reconheço minhas fraquezas por não ter me importado com ela tanto quanto ela se importava comigo. Eu mantenho seu olhar em meus pensamentos e isso me acalma. Ouço seus conselhos e suas palavras, cheias de esperança, estão gravadas dentro de mim.

Penso em sua presença constante, em sua discrição silenciosa, em sua alegria permanente. Ela está presente no mais escondido da minha alma, sem ela eu me perderia. Eu sei o quanto preciso que ela me acolhe quando eu falho e é a força dela que me ajuda a me apaixonar novamente pelos meus sonhos quando eu os esqueço.

Ficava comovido ao sentir seus medos e abraçar suas alegrias. Lembro-me dela naquele longo caminho de vida que percorremos juntos. Hoje ainda está tão profundo dentro de mim… Eu sinto isso como uma parte única do meu ser que eu nunca quero perder.

Confio muito na sua maneira de me amar… Ela sempre me amou em todas as minhas fraquezas e viu em mim tesouros que eu não conhecia. Ela acreditou em mim quando eu não acreditei, ela apostou na minha vida quando eu duvidei. E eu quero lembrar dela pra sempre! Mas não sei se aprendi bem o que ela queria me ensinar. Não sei se gravei seu jeito de me amar, para que eu me ame da mesma forma.

Não sei se guardei sua ternura em alguma parte da minha alma para poder doa-la, toda vez que eu quiser e alguém precisar.

Só sei que, às vezes sinto que me pareço com ela e às vezes estou longe de ser tudo o que ela foi. Eu a quero perto de mim e muitas vezes sonho com ela ao meu lado, segurando meus passos. Lembro-me de suas risadas e de sua simplicidade para olhar a vida. Sua capacidade de aproveitar o presente, tornando a vida uma grande aventura.

Fico comovido com aquele seu amor tão grande, sempre incondicional. Fico comovido com o seu imenso amor, impossível ficar contido no meu pote de barro. Ela está esperando por mim no paraíso!

Excerto de “Mamá murió pero sigue a mi lado” – de Carlos Padilla Esteban. Tradução e livre adaptação Portal Raízes. 






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