Nossas primeiras experiências com o mundo marcam o início do nosso desenvolvimento emocional. Na infância se tece uma rede que conectará nossa mente e nosso corpo, o que determinará em grande parte o desenvolvimento da capacidade de sentir e de amar.

Neste sentido, nosso crescimento emocional dependerá dos nossos primeiros intercâmbios emocionais, que nos ensinarão o que ver e o que não ver no mundo emocional e social no qual nos encontramos. Assim, o campo da nossa infância nos permite semear o amor de maneira natural, o que determinará que a capacidade de amar e de sermos amados cresça de maneira saudável e nos ajude a nos desenvolvermos no futuro.

As 7 chaves básicas de uma educação emocional saudável

A educação emocional requer uma reeducação emocional dos pais/mães/tutores. Pois é impossível ensinar inteligência emocional, uma vez que não se pratica. Dessa maneira, as chaves básicas para  educar filhos emocionalmente saudáveis, só funcionarão se, primeiramente, na prática, forem usadas pelos pais/mães/tutores.

1 – Ensine a criança a verbalizar suas emoções e sentimentos

Os especialistas costumam recomendar que ajudemos as crianças a falarem de suas emoções como uma maneira de compreender a si mesmas e os demais. Entretanto, as palavras só dão conta de uma pequena parte (10%) do verdadeiro significado que obtemos através da comunicação emocional.

Por essa razão, não podemos ficar só na verbalização; devemos ensiná-las a compreender o significado da postura, das expressões faciais, do tom de voz e de qualquer tipo de linguagem corporal. Isso será muito mais efetivo e completo para o seu desenvolvimento.

3 – Ensine a criança a buscar o autoconhecimento e praticar a autoestima

Há anos vem se promovendo o desenvolvimento da autoestima de uma criança através do elogio constante. Entretanto, isso pode fazer mais mal do que bem. Os elogios só ajudarão as nossas crianças a se sentirem bem consigo mesmas se eles estiverem relacionados a ganhos específicos e ao domínio de novas aptidões.

3 – Ensine a criança a gerenciar as emoções negativas

As emoções negativas são grandes conflitos para lidar na infância. Entretanto, é indispensável vivê-las com respeito a fim de compreender o que elas dizem. Proteger a criança em excesso é uma das piores coisas que podemos fazer. Elas devem aprender a enfrentar as dificuldades comuns de seu processo de desenvolvimento para que as ferramentas psíquicas encontrem naturalmente, os caminhos neurais que as permitam se adaptar ao meio no qual vivem.

Não podemos tentar criar nossas crianças em um mundo da Disney de inocência e ingenuidade. Emoções ruins fazem parte do mundo real e da experiência humana, tanto quanto o amor e o cuidado. Se tentarmos eliminar esses obstáculos, impediremos que elas tenham a oportunidade de aprender e desenvolver capacidades realmente importantes que as ajudem a enfrentar desafios e decepções que são inevitáveis na vida.

4 – Aposte na prática da fusão: pedagogia do amor + disciplina 

Se alimentarmos as crianças com amor responsável, os medos morrerão de fome. As amostras de carinho e afeto elevam a autoestima das crianças e as ajudam a construir uma personalidade emocionalmente adaptada e inteligente. Ou seja, o nosso amor as ajuda a lidar com os medos naturais que surgem nas diferentes idades, fomentando um grau de sensibilidade saudável. E para que a educação seja oportuna e adequada, ela deve atender a alguns requisitos: deve ser sistemática, deve haver autoridade claramente estabelecida e afeto.

Por autoridade entendemos a capacidade de assumir o controle das situações com nossos filhos, servindo como um guia confiável, mas não infalível. A autoridade também deve ser resguardada entre os pais, pois se um adulto for desacreditado na frente da criança, esse adulto automaticamente perderá sua autoridade. Sempre que possível, diferentes pontos de vista devem ser abordados e trabalhados em particular.

E por afeto nos referimos à qualidade que evita que todas as lições sejam dolorosas. Em vez disso, eles facilitam e estimulam os sentidos. Disciplina e amor devem andar de mãos dadas na educação.

5 – Invista rigorosamente em tempo de qualidade às brincadeiras ao ar livre

As crianças passam mais tempo dentro de casa em contato com telas e estudos mostram que isso pode ter um impacto negativo na saúde e no desenvolvimento. Os benefícios das brincadeiras ao ar livre são infinitos e isso também é verdade em um ambiente de creche ou jardim de infância. Brincar ao ar livre oferece às crianças a oportunidade de desenvolver suas habilidades sociais interagindo e cooperando com outras crianças. Essa brincadeira não estruturada ajuda as crianças a aprender a compartilhar, se revezar e desenvolver habilidades sociais e comportamentais positivas.

6 – Incentive à prática de atividades artísticas 

Atividades artísticas tais como: desenhar, pintar, escrever, tocar um instrumento, cantar, dançar… envolvem os sentidos das crianças e apoia o desenvolvimento de habilidades cognitivas, socioemocionais e multissensoriais. À medida que as crianças avançam em práticas artísticas, uma explosão de coisas boas acontecem em sua mente: controle do estresse e da ansiedade, regulação das emoções negativas, aumento da autoestima e da criatividade.

7 – Crie frases de efeito para serem usadas nos momentos difíceis 

Trabalhe com seu filho para criar frases que eles possam repetir para si mesmos. Use palavras que mostrem que eles estão no comando de como pensam, sentem e se comportam – independentemente de como estão as pessoas ao seu redor. Outra coisa muito importante, é criar uma palavra chave para ser dita quando a criança se sentir em perigo, desconfortável ou com medo. A palavra chave e as frases de efeito, ajudarão a enfrentar os pensamentos negativos. As frases de efeito mais eficazes são curtas e fáceis de lembrar, como por exemplo:

  • “Tudo o que posso fazer é tentar o meu melhor”
  • “Vou agir com confiança, porque eu sou bom o suficiente”
  • “Hoje eu escolho ser feliz”

Da redação de Portal Raízes, com base nos estudos de Amy Morin, psicoterapeuta, editora-chefe da Verywell Mind e apresentadora do The Verywell Mind Podcast . Ela é autora do livro best-seller “13 coisas que as pessoas mentalmente fortes não fazem”.






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