Quase dois meses após a perda de seu filho, o ex-jogador Cafu falou sobre essa dor pela primeira vez em entrevista para a revista Veja, e revela que ainda não assimilou o fato e sequer teve coragem de voltar ao quarto do filho ou ao campo onde tudo aconteceu.

Seu primogênito Danilo, de 30 anos, sofria de aterosclerose coronária precoce (entupimento dos vasos do coração), e tinha uma consulta agendada para verificar se seria necessário a troca do stent, porém Danilo sofreu um infarto durante uma partida que jogava com seu pai no dia 04 de setembro e não resistiu.

“A gente que é pai, às vezes não vê um propósito, a dor de perder um filho nos cega… Eu estou tentando, choro todo dia sozinho… quando estou no trânsito eu choro, quando estou em uma sala de cinema sozinho eu choro, é um momento em que chorar alivia. Eu não perdi só um filho, eu perdi um amigo, um companheiro… Ele preenchia a casa, a casa agora está vazia”.

“Enterrar um filho foge do contexto geral, de tudo o que você sente ao longo da vida. A cada cinco dias, vou ao cemitério visitar o túmulo. Eu não assimilei o que aconteceu. Não tive coragem de entrar no quarto dele até agora, meu filho Wellington recolheu as coisas e colocou tudo para doação. Nunca mais pisei no campo onde aconteceu a convulsão. Não sei como descrever a sensação de jogar terra sobre o caixão de um filho sabendo que ele não vai mais voltar (choro). A morte de um filho acompanha um pai e uma mãe para o resto da vida”, desabafa Cafu.






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