Da mesma forma que o cigarro convencional, o cigarro eletrônico faz mal principalmente devido à liberação de nicotina. A nicotina é uma das substâncias com maior poder de vicio conhecidas, por isso, pessoas que utilizam qualquer tipo de dispositivo que libere nicotina, seja o cigarro eletrônico ou o convencional, terão maior dificuldade em deixar de fumar, devido à dependência que essa substância provoca a nível cerebral.

“A indústria do tabaco acrescenta sabores ao cigarro para atrair jovens. Mentol e as essências de baunilha, morango, maçã, chocolate, crème brûlée têm sido empregadas com o objetivo de tornar o cigarro mais palatável às crianças e aos adolescentes.

A quantidade de nicotina presente nos reservatórios desses dispositivos é muito alta. Alguns deles chegam a conter o equivalente à de um maço inteiro. Além da nicotina, o líquido usado nos vaporizadores contém outras substâncias nocivas, algumas das quais são responsáveis pelas 64 mortes e as quase 3 mil internações hospitalares ocorridas nos Estados Unidos. O impacto dos cigarros eletrônicos foi tão grande naquele país que, finalmente, atraiu o interesse dos neurocientistas para estudar a ação a longo prazo da droga, no cérebro em desenvolvimento”, afirma o doutor Drauzio Varella.

Adolescente desenvolve doença rara após o uso de cigarro eletrônico

Uma estudante (capa) de 15 anos foi hospitalizada com uma doença pulmonar rara depois de começar a usar cigarros eletrônicos. Dakota Stephenson, de Sydney, na Austrália, inicialmente foi para o hospital com febre alta e dores nas costas, mas foi diagnosticada com hipóxia. De acordo com os médicos, seus pulmões não estavam recebendo ar suficiente.

Em declarações ao Daily Mail, sua mãe, Natasha Stephenson, disse que os médicos usaram uma “dúzia de seringas” para remover 250ml de fluido de seus pulmões que foi causado pela vaporização. Stephenson também afirmou que só descobriu sobre o hábito de sua filha quando ela foi internada no hospital.

““Ela pedia dinheiro para comprar lanches, mas mal sabíamos que ela estava economizando para comprar cartuchos de nicotina. O fornecedor tinha sabores diferentes, como uva, morango e melancia. É basicamente um menu para crianças”, afirmou.

Os médicos acreditam que ela está sofrendo de uma doença chamada de EVALI, que foi revelada pela primeira vez após um paciente nos Estados Unidos, em 2019. A EVALI é uma sigla utilizada para definir a lesão pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico ou vaporização. Acredita-se que a condição seja causada pelos aparelhos que contêm tetra-hidrocanabinol (THC) e acetato de vitamina E. Após a doença de Dakota, sua mãe está pedindo a proibição dos cigarros eletrônicos e que o governo australiano adote medidas mais rígidas.

O uso do VAPE é proibido no Brasil, mas é rotina entre os adolescentes

O uso de dispositivos eletrônicos para fumar (DEF) cresce cada vez mais no mundo, contudo no Brasil a sua comercialização é proibida por meio da Resolução nº 46/2009 da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária.

Por ser uma ferramenta eletrônica cujos efeitos ainda são pouco conhecidos, a permissão do Ministério da Saúde compreende apenas o seu uso, sendo que, conforme determina a Resolução nº 46/2009 da ANVISA a propaganda, comercialização e importação do cigarro eletrônico é proibida no Brasil.

Apesar de ser proibido o seu comércio, o uso de Vape tem se tornado a cada dia mais popular no Brasil, sendo comum a sua utilização no território nacional, apesar de fazer crer a Resolução que sua compra se daria somente em território internacional.

Quem comercializar, propagar o uso ou importar o vape para o Brasil irá praticar infração sanitária, será autuado pela autoridade competente e estará sujeito às sanções elencadas na Lei nº 6.437/1977, que variam das mais brandas, como advertência à mais graves ,como cancelamento da autorização para funcionamento ou alvará de licenciamento da empresa.

Leia mais sobre este assunto: Menina de 12 anos entra em coma por causa de vape: proibido no Brasil, mas é rotina entre os adolescentes.

Veja abaixo, uma cena de Greys Anatomy, em que se trata do uso do cigarro eletrônico na adolescência.






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