Quando o homem fala através do silêncio ele pode estar querendo expressar os mais diversos sentimentos. Em determinado momento, durante um diálogo entre duas pessoas, uma delas diz: “está bem, já entendi”… e se cala. Muitas vezes tomamos essa atitude, para que o outro reflita a respeito de suas atitudes intransigentes, ou porque não concordamos, ou porque entendemos que, naquele momento, não existe clima para dialogar.

Fazer silêncio é uma estratégia excelente para se chamar a atenção daqueles que estão em tumulto. Quando um líder faz silêncio, normalmente as pessoas se voltam para ele, esperando entender, ou mesmo obter uma explicação dessa sua atitude.

De um modo geral,  diversos tipos de barulhos já estão tão incorporados no nosso dia-a-dia  que, quando um deles cessa, sentimos um vazio nos incomodando; somente então é que nos damos conta de quanto aquele som já estava fazendo parte do nosso “bem estar”.

Quem opta pelo silêncio diante da calúnia, agressões e injúrias, conquista uma autoridade moral que faz calar os opositores e transforma aversão em admiração. Há um grande mérito em cultivar o silêncio, acreditai, pois faz com que o outro possa falar o que lhe angustia: isso também é caridade.

O silêncio ajuda sempre: quando ouvimos palavras infelizes; quando alguém está irritado;
quando a maledicência nos procura; quando a ofensa nos golpeia;quando alguém se encoleriza; quando a crítica nos fere, quando escutamos a calúnia; quando a ignorância nos acusa; quando o orgulho nos humilha; quando a vaidade nos provoca. O silêncio é a gentileza do perdão que se cala e espera o tempo.

Texto de Chico Xavier (Adaptado à linguagem contemporânea)

“Almas sábias falam mais alto em silêncio”. Thálitha Miranda






As publicações do Portal Raízes são selecionadas com base no conhecimento empírico social e cientifico, e nos traços definidores da cultura e do comportamento psicossocial dos diferentes povos do mundo, especialmente os de língua portuguesa. Nossa missão é, acima de tudo, despertar o interesse e a reflexão sobre a fenomenologia social humana, bem como os seus conflitos interiores e exteriores. A marca Raízes Jornalismo Cultural foi fundada em maio de 2008 pelo jornalista Doracino Naves (17/01/1949 * 27/02/2017) e a romancista Clara Dawn.