A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)  pediu que os países continuem agindo contra a malária nas Américas, ainda que estejam enfrentando à pandemia de COVID-19, especialmente entre as populações vulneráveis.

Em uma recente atualização epidemiológica, a OPAS disse que “essa situação é especialmente preocupante em áreas onde residem comunidades indígenas e em cidades da região amazônica do Brasil e Peru e em áreas da região do Pacífico na Colômbia. A situação da malária em toda a região está sendo afetada pela coexistência da pandemia de COVID-19.”

“Devido à pandemia de COVID-19, as pessoas podem relutar em procurar diagnóstico e tratamento precoces para malária porque estão preocupadas em ir às clínicas, e a equipe da malária nos serviços de saúde pode ter sido transferida para trabalhar na pandemia”, afirmou Luis G. Castellanos, chefe de doenças negligenciadas, tropicais e transmitidas por vetores da OPAS. “Temos medicamentos para tratar a malária, embora a cadeia de suprimentos tenha sido afetada por restrições resultantes da pandemia de COVID-19”, acrescentou.

O desmatamento é um dos principais problemas ambientais do mundo e eleva casos de malária

Segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em maio deste ano o desflorestamento na Amazônia cresceu 34% em comparação ao mesmo mês em 2019. Além do prejuízo para o meio ambiente, a derrubada das matas também está relacionada a origem de várias doenças, especialmente as infecciosas.

Buscando mostrar essa conexão, um estudo conduzido por cientistas da FSP-USP (Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo), divulgado recentemente na renomada Revista Nature, demonstra o efeito dessa cadeia no crescimento da malária – doença infecciosa causada pelo protozoário Plasmodium, transmitido pelo mosquito Anopheles. Caracterizada por febre, vômitos, dores e tremores, em casos graves pode levar à morte. Segundo o Ministério da Saúde, já foram registrados 31 mil casos no Brasil, apenas no primeiro trimestre de 2020 e 157 mil em 2019.

A atriz Camila Pitanga fez uma publicação em seu perfil no Instagram para contar aos fãs que ela e Antônia, sua filha, testaram positivo para malária

“Foram 10 dias de muito sufoco. Entre picos de febre alta, calafrios e total incerteza. Havia a sombra da possibilidade de estar com covid-19. Somente no domingo recebi o resultado negativo do meu PCR. Mas no lugar de me aliviar, permanecia a agonia pois eu não fazia ideia do que eu poderia ter. Estava à deriva. Pois bem, uma amiga minha suspeitou que esses picos de febre associados ao fato de estar em isolamento social numa zona de Mata Atlântica no litoral de SP, podia ser malária. Fui indicada a conversar com dois infectologistas.

Os dois extremamente generosos em falar comigo num domingo já de noite. Dr Luiz Fernando Aranha e o Dr André Machado. Agradeço ao último pelas orientações que me levaram ao Hospital das Clínicas da USP. Uma vez que a suspeita era malária, doença muito rara, não há melhor lugar para você ser tratado do que a rede SUS, local de referência e excelência para doenças endêmicas.

No HC, fui prontamente atendida por uma mulherada. Sim, uma equipe 100% de mulheres fantásticas do laboratório da Sucen. Faço questão de dar seus nomes: Drª Ana Marli Sartori, Drª Silvia Maria di Santi, Drª Dida costa, Drª Simone Gregorio, Drª Renata oliveira e tão importantes quanto, as agentes de saúde Cida Kikuchi e Gildete Santos. Todas foram extremamente profissionais, eficientes e gentis.

Bom, os resultados dos exames saíram dando positivo para malária. Eu e minha filha. Uma doença que ainda existe, é curável, mas precisa de cuidados. O tratamento é gratuito.
Faço cá meus votos de gratidão a todas e todos agentes de saúde, que além de estarem na trincheira nessa luta contra a covid-19, estão aí atendendo inúmeras outras demandas com seu profissionalismo em meio a condições e incertezas muito grandes.

É de suma importância valorizar a existência desse sistema de saúde que cuida de tanta gente, principalmente dos que não tem condições de pagar um plano de saúde. Estamos num país onde uma doença matou mais de 100 mil pessoas em poucos meses. Esse número poderia ser o triplo ou mais se não fosse o SUS. A catástrofe seria ainda maior.
Muito obrigada e parabéns a todas e todos os profissionais de saúde desse país!!!”.






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