Para muitas pessoas estar sozinha pode significar uma situação não desejada. Seja porque se sente mais à vontade com alguém para realizar planos que normalmente são executados em parceria ou, simplesmente, porque desejam amar e ser amada. Mas o fato de estar sozinha não deve ser pensado como algo negativo, tampouco permanecer sozinha tem que ser definitivo.  Quem está sozinha deve apreciar os momentos de solteirice para que isso não resulte em uma tortura ou a busca desesperada por alguém a quem amar. Enquanto estiver solteira desfrute desta condição.

Estar sem uma companhia não representa sentir-se sozinha e abandonada. Se não formos capazes de estar conosco mesmas, teremos dificuldades de ficar bem com mais alguém. Devemos nos conscientizar de que devemos nos sentir plenas vivendo sozinhas para nos prepararmos  a um amor sem dependência de nenhuma índole.

Algumas vezes, pelo fato de resistirmos em estar sozinhas, seja por medo da solidão, pela necessidade de companhia, por nos sentirmos vulneráveis sem um parceiro, nos envolvemos com alguém procurando preencher espaços em nossos sentimentos. Quando vínculos se estabelecem com este motivo se criam relações pelas quais são atendidas apenas as necessidades um do outro. Neste ponto é gerado o apego que resulta em sofrimento.

O termo apego está muito relacionado com o amor, mas é como se a gente enxergasse o amor do ponto de vista do ego, não de dentro do coração. Quando que se ama de forma incondicional é um tipo raro de amor raro. Posto que, geralmente, sempre esperamos alguma troca, sempre esperamos satisfazer –  com a companhia de outra pessoa – apenas as nossas próprias necessidades. E procurar em outra pessoa o bem estar que desejamos em nós é egoísmo que produz ciúmes e a consequente disputa por espaço. Revela, por outro lado, o medo de perdermos o status, a relação e a comodidade de contar com alguém. E o medo não é bom companheiro do amor.

Tudo isso nos faz pensar que a maioria das relações se baseiam no apego e estas, geralmente, são mais propensas aos conflitos, as separações ou a as uniões  meramente interesseiras. Quando estiver com alguém reveja seus motivos e seja verdadeiro quando diz:

1-    Eu prefiro estar com essa pessoa
2-    Eu gosto do que eu posso oferecer a ela
3-     Como eu posso tornar a nossa vida mais fácil

4-     O que eu estou disposto a dar para que sejamos felizes e realizados ou, simplesmente

1 – Eu não quero  ficar sozinha…
2 – Eu preciso de alguém que pode me ajudar com as contas
3  – Eu preciso de um pai para o meu filho
4  – Eu tenho medo de enfrentar a vida sozinha
5 – Eu preciso de alguém para cuidar de mim

Encaminhe suas energias ao caminho da liberdade donde surge o amor real. Coloque com clareza  a diferença ente preferir e necessitar. Aprenda a se sentir bem consigo mesma. E, sobretudo, procure não se envolver com alguém pelos motivos equivocados se realmente deseja viver um amor pleno e não apenas suprir uma necessidade do momento.

Texto publicado originalmente em  Rincón del Tibet – Tradução e adaptação: Portal Raízes






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