Herpes Zoster é uma doença que aparece na pele, causada pelo Vírus Varicela-Zoster (VVZ), o mesmo que provoca a catapora.

Depois de transmitir a catapora, esse vírus permanece “adormecido” no organismo durante toda a vida da pessoa, podendo ser reativado na idade adulta ou em pessoas com baixas defesas no organismo, como as que têm doenças crônicas como hipertensão, diabetes, câncer, Aids, pacientes que fizeram transplante e outras.

Antes do aparecimento das lesões de pele, na maior parte dos casos, ocorrem os seguintes sinais e sintomas:

– Dores nos nervos;

– Formigamento, agulhadas, adormecimento, sensação de pressão;

– Ardor e coceira locais;

– Febre;

– Dor de cabeça;

– Mal-estar.

Um ou dois dias depois dos primeiros sintomas a pele fica avermelhada e surgem bolhas com líquido dentro. São chamadas de vesículas e transportam os vírus.

O vírus tem a capacidade de correr por dentro do nervo que passa por onde aparecem as bolhas e pode causar dor muito forte no local. Essa dor intensa é chamada de nevralgia e em pessoas de idade mais avançada pode durar até cem dias. Já em crianças e jovens, é possível que nem apareça.

As regiões do corpo mais atingidas pela doença são o tórax, pescoço e costas.

Quando as lesões do Herpes-Zoster surgirem no rosto, há o risco de provocarem problemas nos olhos e nesses casos, o paciente deve ser acompanhado por médico oftalmologista.

Para evitar que outras pessoas se contaminem, o mais importante é tomar cuidado ao tocar nas feridas. O paciente deve lavar as mãos com água e sabão antes e depois de lidar com a lesão e, se por acaso notar que as bolinhas estão estourando, deve cobrir a região para não deixar que o líquido contendo vírus vaze. É importante separar toalhas e objetos pessoais que entram em contato com a lesão.

Tratamento

Depois do aparecimento das lesões, se a pessoa tiver boa saúde, em sete dias mais ou menos todas as bolhas terão criado crosta e a doença praticamente terá chegado ao fim. É sinal de que o vírus não está mais lá e que o sistema de defesa deu conta de controlar a infecção. Ou seja: mesmo sem ter feito nenhum tipo de tratamento a pessoa estará curada.

Existe tratamento precoce com o uso de medicamentos antivirais para diminuir a chance de surgirem as fortes dores, especialmente em pessoas acima de 40 anos de idade. Assim, ao notar o aparecimento das primeiras vesículas, é indicado que o paciente seja examinado pelo médico e receba as orientações necessárias, inclusive para o uso de remédios.

Prevenção:

– Vacinação;

– Lavar as mãos com água e sabonete após tocar nas lesões;

– Cortar as unhas;

– Isolamento: crianças com catapora só devem retornar à escola quando as bolhas estiverem secas, já com crostas;

– Higienização de objetos que possam estar contaminados.

A única maneira de previnir a doença é tomar a vacina, que infelizmente ainda não está disponível nos postos de saúde do SUS, apenas em clínicas e laboratórios particulares. O preço está em torno dos 450 reais.

Em março deste ano, a deputada estadual Maria Victoria (PP) encaminhou um ofício à ministra da Saúde, Nísia Trindade de Lima, solicitando a inclusão da vacina contra o herpes-zóster no calendário de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS).

A deputada explica que existem duas opções de vacinas aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), porém ambas só estão disponíveis nas clínicas particulares. “São vacinas que possuem um alto custo, o que torna impeditivo para a maior parte da população brasileira. Estudos apontam que todos os anos mais de dois milhões de pessoas são acometidas pela doença. A vacinação gratuita pelo SUS é condição necessária para prevenir novos casos”, defende Maria Victoria.

Vacina

Na prática, qualquer indivíduo que teve catapora ou contato com o seu causador, o vírus varicela zóster, pode em algum momento ter herpes zóster. Mas como o tempo de incubação é longo, mais de 60% dos casos ocorrem após os 50 anos, por isso a indicação da vacina é para pessoas a partir desta faixa etária.

Aprovada pela Anvisa, a vacina pode ser administrada mesmo que o paciente já tenha tido um episódio de herpes na vida. Segundo Eliane Tiemi Iokote, infectologista do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, é importante o paciente considerar ser vacinado, principalmente se ele possui mais de 50 anos, quando o risco de infecção é elevado.

“Mesmo que a doença já tenha aparecido, vale a pena tomar a vacina, pois ajuda a reduzir a dor aguda ou crônica que costuma vir associada ao herpes”.

Como toda vacina, as contraindicações são específicas. Nesse caso, os pacientes que fazem uso frequente de corticóides devem perguntar ao médico antes se podem ser imunizados ou não. Além disso, aqueles com imunidade baixa e gestantes não devem tomá-la.






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