Esta foto adorável de um menino sem camisa, ajudando seu pai a se servir de ‘encubadora’, ou seja, dando pele a pele a seus irmãos gêmeos prematuros enterneceu a internet.

Foi legendado: “O contato pele a pele não é ‘novo’, mas a Suécia certamente abre caminho para tornar esse cuidado familiar, mesmo para bebês muito pequenos. Eu amo essa foto do irmão mais velho ajudando o pai a cuidar dos gêmeos”.

A foto viral foi capturada no Hospital Hvidovre em Copenhague, na Dinamarca e compartilhada pela NINO Birth Organization, com sede na África do Sul, em sua página no Facebook em 28 de maio de 2015, mas só agora viralizou no Brasil. Por isso fomos atualizar o conteúdo acerca deste importante trabalho do professor sueco Uwe Ewald.

Na região escandinava da Europa, o contato pele a pele como alternativa à incubação exclusiva é mais comumente recomendado para bebês prematuros do que em qualquer outra parte do mundo. Geralmente, acredita-se que o contato humano ajuda as crianças delicadas a se saírem melhor e se recuperarem mais rapidamente do que no isolamento completo em uma máquina.

O contato pele a pele (CPP) é altamente incentivado na Suécia, onde bebês que pesam até 700 gramas podem ser amamentados pelos pais. Geralmente é realizada pela mãe, mas nos casos em que ela não consegue atender à criança, outras pessoas, de preferência membros imediatos da família, podem aquecer a criança. O menino da foto segura amorosamente seu irmão adormecido, ajudando a saúde do bebê e formando um vínculo que certamente duraria a vida inteira.

O contato pele a pele oferece às crianças mais proteção contra infecções

Na prática revolucionária do professor Ewald, os bebês prematuros são regularmente retirados da incubadora para receber contato pele a pele, mesmo quando são extremamente pequenos.

Durante o CPP, o bebê é limpo, seco e embrulhado em uma fralda, enquanto o cuidador fica de topless para permitir o máximo de contato possível. Depois de mais ou menos uma hora, a criança é alimentada e devolvida à incubadora. Segundo Ewald, o contato fornece mais calor do que uma incubadora. Também ajuda a proteger as crianças de infecções graves, transmitindo bactérias protetoras para seus sistemas.

“Uwe Ewald ressalta que o peito dos pais regula a temperatura melhor do que uma incubadora. O contato pele a pele ajuda o bebê a respirar melhor ”, continua a publicação no Facebook. “A criança fica mais calma e ganha peso mais rápido. Pesquisas mostram que a flora bacteriana dos pais – comparada às bactérias hospitalares – reduz o risco de infecções graves nessas crianças delicadas”.

No Brasil é chamado de “mãe canguru”

No Brasil, os primeiros serviços que aplicaram o MMC (Método Mãe Canguru) foram no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos (SP), em 1992, e o Instituto Materno-Infantil de Pernambuco (IMIP), em 1993. Os principais achados desse serviço, foram os seguintes:

– O MMC apresentou-se associado a redução do risco de infecção hospitalar com 41 semanas de idade gestacional corrigida; redução de enfermidades graves e redução de infecções do trato respiratório inferior no seguimento de 6 meses.

– Bebês submetidos ao MMC tiveram maior ganho de peso diário (diferença de médias de 3,6 g/dia).

Existem evidências de que um contato íntimo da mãe, ou do pai, ou outros com o bebê prematuro pode interferir positivamente na relação desse bebê com o mundo. A pele, maior órgão do corpo, recebe estímulos sensoriais de várias magnitudes, e o contato pele a pele, que no MMC implica o contato cutâneo corpo/tórax entre o bebê prematuro e a pessoa que ‘doa a sua pele e afeto’, pode promover várias mudanças no organismo tanto de um como do outro. O conhecido efeito do contato pele a pele como um estimulador da liberação de ocitocina parece desempenhar um importante papel no comportamento e na saúde do bebê.

Embora a pele a pele seja uma prática bonita e clinicamente aprovada, os pais não devem insistir nisso para seus bebês prematuros sem o consentimento e a aprovação de um médico. Alguns bebês podem ser muito frágeis para sair da incubadora. Fora isso, é uma prática adorável que deve ser incentivada em mais países ao redor do mundo.

Fontes pesquisadas: Forældre og Fødsel; Family Life Goals; Método Mãe Canguru: aplicação no Brasil, evidências científicas e impacto sobre o aleitamento materno

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