Descobri que se a gente não comer carboidrato suficiente (veja abaixo) para atender às necessidades de glicose no cérebro, ficamos sem energia física e mental. E, sem energia, não dá para mandar ir catar coquinho, pessoas chatas que vivem se metendo na nossa dieta.

Teimamos, muitas vezes, em procurar somente no espelho aquilo que nos incomoda e entristece. Da mesma forma, acabamos nos culpando exclusivamente pela infelicidade sentida diariamente. No entanto, apesar de sermos responsáveis pelo que nos acontece, nem tudo depende somente de nós mesmos, ou seja, temos que atentar também para o tipo de gente que caminha ao nosso lado.

Filmes, artigos, livros e palestras nos ensinam a olhar para dentro de nós mesmos, para que tomemos as rédeas do rumo de nossas vidas e nos conscientizemos de que muito do que nos ocorre é consequência de nossa forma de agir. Com isso, às vezes nos esquecemos de lembrar que o aquilo que está fora de nós também influencia a nossa caminhada, tendo poder, sim, sobre nossos humores.

É muito difícil levarmos a vida numa boa, ignorando o que à nossa volta é ruim e desagradável, como se fôssemos a única fonte de alegrias, como se aqui dentro houvesse uma força capaz de neutralizar o que acontece lá fora. Se o mundo carece de empatia, de solidariedade, de enxergar o próximo, imbuir-se de controle total sobre a própria vida, sem se importar com nosso entorno, soa, no mínimo, a egocentrismo.

Ficamos tão perdidos, que acabamos não sabendo mais onde procurar a felicidade, desviando-nos da essência que nos move, enquanto nos prendemos ao que aparentamos, à imagem física tão somente, uma vez que ela é mais palpável, está ali bem no nosso nariz. Assim, privamo-nos de prazeres frugais, para emagrecer e endurecer o corpo, sem perceber que cuidar do que está fora de nós também é essencial.

É preciso desintoxicar-se por dentro e por fora, cuidar do corpo – sem neuroses – e dos ambientes por onde transitamos, pois valorizar as coisas, os momentos e as pessoas certas nos tornará mais felizes e realizados. De nada adiantará malharmos por horas e comermos somente o que a dieta prescreve, caso saiamos da academia para uma vida superficial e rodeada de gente falsa e desagradável. Estaremos lindos por fora e em frangalhos por dentro.

Como tudo o mais nessa vida, é preciso equalizar as nossas atitudes e comportamentos, para que não exageremos além da conta no que somamos e no que restringimos. Quando priorizamos só o físico, quando ficamos muito indiferentes ao outro, quando transformamos comportamento em fixação, deixamos de lado muita coisa que poderia nos levar a sorrir mais e por mais tempo. Comer uma barra de chocolate vez ou outra não mata ninguém, mas dar importância a gente chata e insuportável nos distanciará cada vez mais da serenidade desejável em nossas vidas.

A importância do consumo moderado diário de carboidratos

Os carboidratos fornecem energia e, como o cérebro consome um quinto de toda a energia de que o corpo precisa, são muito importantes para o funcionamento da mente. Durante a digestão, eles são convertidos em glicose, que é armazenada sob a forma de glicogênio. A glicose e o glicogênio agem como combustível para todos os processos do organismo, incluindo a atividade cerebral. Diferentemente dos músculos, o cérebro só consegue armazenar quantidades muito pequenas de glicogênio.

Se você não comer carboidrato suficiente para atender às necessidades de glicose no cérebro, o consumo de energia passa a utilizar mais cetonas, que são o produto da quebra de gordura. Isso parece ser uma boa ideia, mas o cérebro não funciona tão bem quando recorre à elas. Dietas com uma quantidade muito baixa de carboidratos podem provocar uma leve sensação de euforia, mas também uma diminuição da capacidade cognitiva à medida que o cérebro tenta “se virar” com um combustível diferente.

Essas dietas podem causar outros problemas como perda da densidade óssea, maior risco de doença cardiovascular, danos aos rins e mau hálito.

Carboidratos de absorção lenta

Alimentos com amido – carboidratos complexos – devem ser a base das refeições. Muitos ainda acreditam que pães, batatas e arroz engordam e por isso devem ser evitados. Na verdade, eles são fontes de carboidratos complexos – nutrientes que fornecem cerca da metade da nossa ingestão diária de energia.

Os carboidratos complexos são decompostos e digeridos devagar para proporcionar um fornecimento estável de glicose, diferentemente dos carboidratos simples (açúcares), que são digeridos com rapidez e fazem com que uma grande quantidade de glicose seja lançada na corrente sanguínea. A resposta a isso é a liberação de insulina. O cérebro é então inundado e acaba sentindo falta de glicose essencial, o que pode ocasionar mudanças de humor, tontura, dor de cabeça, ansiedade e sonolência.

Fontes de carboidratos complexos são:

  • aveia, macarrão integral, cevada e pão integral
  • legumes à base de amido, como milho, batata e batata-doce
  • lentilha, feijão e ervilha
  • frutas como pera e laranja.





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