O diretor-executivo da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, afirmou nesta segunda-feira (1/06) que o Brasil ainda não registrou o pior momento da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).

Em resposta à imprensa brasileira, o representante da OMS alertou que ainda não há como prever quando a América do Sul atingirá o pico de transmissão da Covid-19, região que tem cinco dos 10 países com maior taxa de contaminação do mundo. A lista é composta pelo Brasil, Colômbia, Chile, Peru, México, Haiti, Argentina e Bolívia. “Claramente a situação em alguns países sul-americanos está longe da estabilidade. Houve um crescimento rápido dos casos e os sistemas de saúde estão sob pressão”, alertou.

Ryan ainda explicou que a América do Sul tem sido considerada como uma “antena” de transmissão do vírus atualmente e os países estão tendo que trabalhar para entender essa escala. Além disso, a densidade urbana e a grande quantidade de pessoas mais vulneráveis são fatores que dificultam o combate à pandemia.

Durante a coletiva, Michael Ryan ressaltou que algumas nações estão atuando de maneira correta, enquanto que outras não. No entanto, ele não citou os nomes. “Tivemos respostas diferentes. Vemos bons exemplos de governos que adotaram uma estratégia ampla, dirigidos pela ciência. Em outras situações, vemos a ausência e fraqueza nisso”, acrescentou.

Por fim, Ryan disse que, neste momento, é preciso demonstrar solidariedade e trabalhar com esses países para que eles consigam controlar a pandemia do novo coronavírus.

“Há muitas semanas, o mundo estava muito preocupado com o que aconteceria no sul da Ásia ou na África, e, até certo ponto, a situação nesses dois cenários ainda é difícil, mas é estável. Claramente, a situação em muitos países da América do Sul está longe de ser estável. Houve um aumento rápido de casos e aqueles sistemas [de saúde] estão sofrendo cada vez mais pressão”, declarou.

Michael Ryan demonstrou preocupação em particular com o Haiti, “por causa da fraqueza inerente no sistema [de saúde]”, disse. “Existem outros países nas Américas em que os sistemas de saúde também são fracos”.

Ele também falou de fatores como a pobreza urbana contribuírem para que a região seja a principal zona de transmissão do vírus hoje:

“Eu certamente descreveria que a América Central e a do Sul, em particular, com muita certeza se tornaram zonas de transmissão desse vírus hoje. E eu não acredito que chegamos ao pico dessa transmissão. E, neste momento, eu não posso prever quando vamos chegar.  Mas o que nós precisamos, sim, fazer é mostrar solidariedade aos países da América Central e do Sul. Precisamos ficar com eles, fornecer o apoio que pudermos para ajudá-los a superar esse vírus, como fizemos coletivamente para países em outras regiões. Esse é o momento de ficarmos juntos e não deixar ninguém para trás”.
Fontes consultadas: Isto É; G1; World Health Organization





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