Um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Yale, publicada na revista científica Nature nesta quarta-feira (26), aponta para uma maior probabilidade de agravamento do quadro da doença no sexo masculino.

Desde o início da pandemia , ficou claro que os homens, especialmente os homens mais velhos, correm um risco muito maior de morrer do vírus do que as mulheres da mesma idade, mas os cientistas ainda não foram capazes de determinar exatamente por quê.

O estudo que foi publicado na revista Nature observou que globalmente os homens são responsáveis ​​por cerca de 60 por cento das mortes por COVID-19 e analisou se as diferenças nas respostas imunológicas poderiam explicar o porquê.

“O que descobrimos foi que homens e mulheres de fato desenvolvem diferentes tipos de respostas imunológicas ao COVID-19”, disse a autora principal do estudo, Akiko Iwasaki, professora da Universidade de Yale, em um vídeo.

Os homens são mais suscetíveis a desenvolverem o caso grave de Covid-19 

A especialista em imunidade disse que “essas diferenças podem estar na base do aumento da suscetibilidade a doenças nos homens”.

Os pesquisadores coletaram amostras de sangue nasal, saliva e de indivíduos não infectados e de pacientes com a doença que foram tratados no Hospital Yale New Haven, nos Estados Unidos. Eles monitoraram os pacientes para observar suas respostas imunológicas.

Os pesquisadores descobriram que as mulheres tiveram uma resposta imunológica mais significativa envolvendo os linfócitos T, que são um tipo de glóbulo branco que pode reconhecer vírus e eliminá-los. De outra maneira, os homens tinham atividade de células T mais fraca: quanto mais velhos, mais fraca a resposta.

No entanto, casos graves de COVID-19 foram associados ao que é conhecido como uma “tempestade de citocinas”, quando o sistema imunológico entra em overdrive (esgotamento extenuante), o que é potencialmente mortal.

Esses achados revelam uma possível explicação subjacente aos vieses sexuais observados no COVID-19 e fornecem uma base importante para o desenvolvimento de uma abordagem baseada no sexo para o tratamento e cuidado de homens e mulheres com COVID-19. Outros fatores ainda precisam ser levados em consideração, como a idade e a massa corporal.

Observações: O novo coronavírus ainda não tem tratamento comprovado, o que se trata são os sintomas. Somente a vacina poderá – se aprovada – oferecer imunidade. O tratamento mais eficaz ainda, é a prevenção por intermédio do distanciamento social, o uso correto da máscara e a higienização das mãos e dos objetos.






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