A pandemia trouxe mais dificuldade para as pessoas, o desgaste e o sofrimento dos impactos do atual momento do Brasil faz da vida que já era difícil, mais uma prova luta. O roçador Edemilson Wielgosz, de 47 anos, é um exemplo da desigualdade gritante no país, pai de 4 filhos, sendo 3 ainda estudantes, precisa percorrer 28 km toda semana, de bicicleta, no perigo das rodovias, para buscar a tarefa da escola de seus filhos, para garantir que não percam o ano e não parem de estudar.

“Estou lutando para dar dignidade a eles. Falta muita coisa e o que temos é simples, mas nunca faltou carinho e empenho. Já passamos por muitas dificuldades, ainda dói, mas desistir não é uma opção. Nunca foi”, disse o pai.

O roçador estudou até a 4ª série e vê, nos filhos, a chance de não deixar se repetir o passado que teve.

As dificuldades não param por aí, quando a tarefa exige pesquisas na internet, as crianças de 12, 14 e 16 anos, precisam se arriscar caminhando até a rodovia para encontrarem algum sinal “eles se arriscam pela estrada até algum restaurante ou estabelecimento para conseguir sinal”.

portalraizes.com - Pai percorre 28 km de bicicleta toda semana para buscar tarefas dos filhos: 'Desistir não é opção'

Edemilson trabalhava em uma pousada, que por falta de hóspedes, não paga seu salário há meses.

“É arriscado, mas é o jeito. Eu mal tenho condições de colocar um prato cheio na mesa, quem dirá um computador e internet”.

No Brasil, cerca de seis milhões de estudantes, desde a pré-escola até a pós-graduação, não têm acesso à internet banda larga ou 3G/4G em casa e, consequentemente, não conseguem participar do ensino remoto. Desses, 5,8 milhões são alunos de instituições públicas de ensino. É o que diz o estudo “Acesso Domiciliar à Internet e Ensino Remoto Durante a Pandemia”, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

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Fontes: G1, Correio Braziliense 






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