Parece que alguns pais vão além de erros simples e manifestam comportamentos prejudiciais que afetam o crescimento emocional e a educação de seus filhos. No entanto, isso não significa que eles não são educados ou que são abandonados, mas que, às vezes, o modo de se relacionar e agir como pais não é o mais apropriado.

O que acontece se as pessoas que deveriam nos proteger e cuidar de nós, nos prejudicam e nos fazem sentir mal?

Como agem os chamados pais tóxicos? Quais são suas características?

É evidente que os pais não nascem com um guia educacional debaixo dos braços. Todos nós nos deparamos com os primeiros gritos de um bebê e simplesmente não sabemos o que fazer nos primeiros momentos. “O que acontecerá com ele?” “Eu serei um bom pai?” Estas são dúvidas normais. O segredo é o apego, carinho, compreensão e paciência. No entanto, nem todos os pais seguem este modelo de parentalidade.

Os pais tóxicos, por outro lado, têm uma série de práticas que não são úteis para o crescimento ideal da criança. Vamos ver quais são estes comportamentos:

1 -Eles são muito críticos e só procuram alcançar a excelência em todas as áreas. Tal é a sua demanda, que as crianças depois se sentem humilhadas, ansiosas e desiludidas consigo mesmas.

Esta maneira de educar com base em alcançar o topo, a melhor posição, os torna muito tensos e angustiados. Além disso, o dano emocional que sofrem é ainda mais profundo se seus pais estão constantemente lembrando seus erros.

2 – não permitem que seus filhos tomem suas próprias decisões ou tracem seu próprio destino. A extrema pressão impede que eles possam aproveitar as conquistas alcançadas em suas vidas. Muitas vezes esses pais planejam a carreira de todos os seus descendentes. É a maneira deles de controlá-los. Desta forma, eles são obrigados a viver a vida que eles construíram.

3 – São pais excessivos e compulsivamente protetores. Aqueles que não deixam seu filho ir ao aniversário de um colega de classe ou ir ao cinema com seus amigos por medo de que algo aconteça ou de que possa perdê-lo.

4 – São pessoas que temem a solidão, por isso impedem que seus filhos tenham um mínimo de independência. Isso não significa que a coisa mais conveniente é deixá-los agir à vontade, mas o controle excessivo é tão prejudicial quanto a permissividade extrema.

É necessário que as crianças adquiram um certo grau de autonomia de acordo com sua idade. É bom deixá-las fazer atividades fora de casa. No entanto, os pais absorventes sentem-se culpados apenas porque querem estar com outras pessoas. Claro, esta situação é muito pior no estágio adolescente. Especialmente quando amigos e namorados começam a aparecer.

5 – competem com seus filhos

Por mais difícil que possa parecer, existem pais que competem com seus filhos. Por exemplo, é comum encontrar disputas entre mãe e filha por pura rivalidade física ou pais que ridicularizam seus filhos no campo de esportes para se destacarem sobre eles.

Estes geralmente são pais que viram algum tipo de sonho frustrado durante a infância ou que tiveram pais que fizeram o mesmo com eles. Desta forma, descarregam a frustração que acumularam durante todo esse tempo no menor. É uma maneira de culpá-los por seus próprios infortúnios, uma maneira dolorosa de lidar com a raiva.

6 – Adotam uma atitude manipuladora, conscientemente ou inconscientemente. Por exemplo: “Ninguém vai cuidar de você como eu” ou “Não saia esta noite que você já sabe que sua mãe está muito cansada e doente dos nervos. Você não quer que que ela vá  para o hospital, certo?”.

Como especialistas em detectar vulnerabilidades e fraquezas, eles acreditam que têm o poder e o direito de obter o que querem. E tudo isso às custas de seus próprios filhos. Eles aproveitam a inocência infantil para fazer e desfazer à vontade. O vínculo que da criança com os seus pais no ambiente familiar marca decisivamente seu desenvolvimento na vida adulta.

Portanto, se os pais não criam um vínculo emocional com os filhos, as repercussões podem ser muito graves. O modelo familiar deve basear-se no amor e na confiança. Se isso estiver faltando, as relações sociais que a criança manterá no futuro serão infrutíferas e frustrantes.

Os pais tóxicos também são modelos para os filhos

Não devemos esquecer que a imitação é a base do aprendizado da criança. Seu filho seguirá o seu exemplo e não as suas palavras. Portanto, todos os hábitos, costumes e outros comportamentos são aprendidos dos adultos sem nenhuma dificuldade. Cuidado com o que mostram aos seus filhos: vocabulário, comportamentos, comentários … Eles absorvem tudo e depois de feito é difícil consertar. Os pais são modelos para eles e os pais tóxicos, infelizmente, também.

A partir desta ideia surge a oportunidade de lhes ensinar hábitos de vida saudáveis. Alimente-se bem, pratique esportes com frequência, não consuma álcool ou substâncias tóxicas, durma o recomendado … Se você não ensinar bons hábitos desde o berço, será difícil começar a fazê-lo quando já estiver imerso em outros tipos de rotinas. Não há dúvida de que todas as famílias têm suas próprias circunstâncias, mas ter um comportamento prejudicial com seus filhos não é justificável. Os pais tóxicos não parecem estar cientes de que estão educando seus filhos no caminho errado. E não só isso, eles estão causando danos graves que podem vir a se tornar crônicos. (Fonte de pesquisa)






As publicações do Portal Raízes são selecionadas com base no conhecimento empírico social e cientifico, e nos traços definidores da cultura e do comportamento psicossocial dos diferentes povos do mundo, especialmente os de língua portuguesa. Nossa missão é, acima de tudo, despertar o interesse e a reflexão sobre a fenomenologia social humana, bem como os seus conflitos interiores e exteriores. A marca Raízes Jornalismo Cultural foi fundada em maio de 2008 pelo jornalista Doracino Naves (17/01/1949 * 27/02/2017) e a romancista Clara Dawn.