O físico e ambientalista austríaco Fritjof Capra, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, interpretou a pandemia da Covid-19 como uma resposta biológica da Terra diante de emergências sociais e ecológicas amplamente negligenciadas.

Capra é autor de best-sellers internacionais como “O Tao da Física” e “Ponto de Mutação”, entre outros. Capra articula a física moderna a uma visão holística da vida no planeta e dos fenômenos naturais, inserindo a humanidade e suas ações nos ciclos de transformação da vida no planeta. Como diretor do Centro de Alfabetização Ecológica, Berkeley, Califórnia (EUA), Capra desenvolveu uma pedagogia da ecologia a ser aplicada no ensino formal primário e secundário.

“Na minha visão, o coronavírus deve ser visto como uma resposta biológica de Gaia, nosso planeta vivo, à emergência social e ecológica que a humanidade criou para si própria. A pandemia emergiu de um desequilíbrio ecológico e tem consequências dramáticas por conta de desigualdades sociais e econômicas”, diz Capra, afirmando ainda que cientistas e ativistas ambientalistas alertam há anos sobre as terríveis consequências de sistemas sociais, econômicos e políticos insustentáveis. “Mas até agora as lideranças corporativas e políticas teimaram em resistir a esses alarmes. Agora eles foram forçados a prestar atenção, já que a Covid-19 trouxe os avisos de antes para a realidade de hoje.

“A questão é: teremos a sabedoria e a vontade política necessárias para ouvir essas lições?” questiona o físico, lembrando que a sociedade atual tem todas as informações necessárias acerca do que está errado no mundo, e refletindo se haverá força de vontade política para mudar essas questões.

Desta forma, Capra afirma que as atuais métricas de desenvolvimento baseado no crescimento ilimitado em um planeta finito são um dilema fundamental que permeia nossos problemas globais, pois no fim, as contas não batem. Com isso, a crença de um progresso à custa de danos ao meio ambiente é completamente equivocada.

“A justiça social se torna uma questão de vida ou morte durante uma pandemia como a da Covid-19. E ela só pode ser superada por meio de ações coletivas e cooperativas”.

Para finalizar, o físico e ambientalista se declarou otimista sobre a capacidade da Terra de se regenerar, pois durante o lockdown em diversos lugares do mundo, foi possível perceber uma drástica redução da poluição. Leia esta entrevista na íntegra no site Folha de S. Paulo.

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