Na primeira missa celebrada em 2020, o papa Francisco mandou uma mensagem em defesa das mulheres e contra a violência sofrida por elas. Na homilia pronunciada na Basílica de São Pedro, o pontífice pediu o fim da exploração do corpo feminino e denunciou o uso e abuso das mulheres na sociedade moderna, principalmente por meio do “consumismo” e da “pornografia”.

“As mulheres são uma fonte de vida. No entanto, são continuamente ofendidas, espancadas, violentadas, induzidas a se prostituir “, disse.

Enfatizando que “o renascimento da humanidade começou com as mulheres”, o papa argentino afirmou que “toda a violência infligida às mulheres é uma profanação de Deus, nascido de uma mulher”.

“Entendemos nosso nível de humanidade no modo como tratamos o corpo da mulher”, acrescentou, lamentando que esse corpo se sacrifique nos altares profanos da publicidade, do lucro, da pornografia, explorados como uma terra a ser usada. Ela deve ser libertada do consumismo, deve ser respeitada e honrada. O corpo da mulher é a carne mais nobre do mundo, porque ela concebeu e deu à luz o amor que nos salvou”, continuou o pontífice.

Segundo a tradição católica, Jesus Cristo foi concebido e nasceu, embora sua mãe, Maria, fosse virgem. Para o papa, a maternidade costuma ser “humilhada, porque o único crescimento que interessa é econômico”.

Francisco, comprometido com a situação dos migrantes, lembrou que muitas mães “correm o risco de embarcar em viagens embaraçosas para tentar desesperadamente dar um futuro melhor ao fruto de suas entranhas”. Essas mulheres e seus filhos são geralmente “considerados como números que excedem a cota por pessoas que têm o estômago cheio, mas com coisas e um coração vazio de amor”, concluiu.

O papa também pediu desculpas nesta quarta-feira, antes da tradicional oração do Angelus, por ter “perdido a paciência” e dado tapas na mão de uma mulher que puxou o seu braço com força. “Muitas vezes perdemos a paciência. Isso acontece comigo também. Peço desculpas pelo mau exemplo dado ontem”, disse.

* Com informações da AFP






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