A ansiedade é difícil, não é? Não apenas para as pessoas que a carregam na alma. Principalmente para você que convive com o verdadeiro lado de uma pessoa ansiosa. Na maioria das vezes é uma caixa emocionalmente pesada em ambas as extremidades.   Os planos têm de ser alterados para acomodar a ansiedade. Às vezes surgem situações que devem ser evitadas ou planejadas. As necessidades emocionais podem mudar diariamente. É muito difícil trabalhar e entender essa situação. Considere isso parte de sua cruz.

Aqui estão 13 coisas para você se lembrar quando ama alguém ansioso

1. O ansioso é mais do que a sua ansiedade

Ninguém gosta de ser definido por um atributo ruim.  Se você realmente quer ser solidário com alguém com ansiedade, lembre-se de que você gosta do indivíduo por trás da ansiedade. Reconheça que ele têm virtudes que compensam a sua ansiedade.

Parece ser senso comum, na maioria dos casos, ver as pessoas apenas por um atributo pessoal. Afinal, a dualidade mostra que todas as coisas do mundo têm outro lado. Mas as pessoas têm tendência a tornarem-se cegas quando o problema é saúde mental. O ansioso é um ser humano com todas as complexidades que cada um tem. Por favor, lembre-se sempre disso.

2. O ansioso se cansa facilmente

A ansiedade é desgastante. Parece que as únicas pessoas que entendem como a ansiedade é cansativa são os próprios ansiosos. A ansiedade faz com que as pessoas vivam em estados hipertensos. Eles estão sempre em alerta, sua mente raramente é racional e seu corpo está sempre pronto para lutar ou fugir. Com a hipertensão vem a fadiga. Situações em que as pessoas sem ansiedade entendem apenas como leve  brisa são tempestades para aqueles que lutam com a ansiedade.

Uma pessoa ansiosa é assim todos os dias. Por isso o convívio é cansativo.

3. O ansioso se sente facilmente embaraçado

Analisando o estado hipertenso antes mencionado, ele se sente facilmente sobrecarregado. Percebe tudo que acontece em torno dele. Cada ruído, cada ação, cada cheiro, cada luz, cada pessoa, cada objeto. Para alguém que existe com a sirena de alerta sempre ligada, uma situação que não parece esmagadora a quem não é ansioso (por exemplo, o pensamento de um punhado de pessoas falando em um quarto) pode fazer girar a cabeça dele.

Ao tentar encorajar alguém com ansiedade para ir a algum lugar com você, tenha em mente que os estímulos que você gosta podem ser esmagadores para eles. Tente não bloqueá-los para a situação.

4. Muitas vezes o ansioso sabe que a sua ansiedade é irracional

Estar consciente da irracionalidade não impede os pensamentos que se chocam. Também não previne o pensamento de cenários da pior ocorrência. Se fosse tão fácil como dizer “Tudo bem, isso é irracional, não há motivo para se preocupar”, a maioria dos que vivem com ansiedade não teria mais problemas.

Uma das piores coisas sobre a ansiedade é como a consciente da irracionalidade pode acontecer. Dizer que o ansioso é irracional não ajuda – eles já sabem disso. O que ele precisa é de compaixão, compreensão e apoio. Raramente ele precisa de conselhos sobre o modo como a ansiedade é irracional e inútil.

5. O ansioso pode comunicar como se sente. O que você tem a fazer é ouvir

Ter ansiedade não significa que ele é incapaz de expressar ou se comunicar. A menos que ele esteja em pânico (Não o trate como a qualquer um!). O ansioso gosta de falar e gosta de falar sobre si. Ele vai lhe dizer exatamente como se sente.

As pessoas pensam que alguém com ansiedade ou com qualquer outro problema emocional tem dificuldade em se comunicar. O estado emocional do ansioso diz com clareza: “Não”.   E normalmente acontece assim porque a outra parte foi desatenta na última vez em que se falaram. Da próxima vez, quando você pensar que ele é incapaz de falar com tranquilidade, morda sua língua e dê-lhe a oportunidade de realmente falar. Então tira um tempo para ouvir.

6. O ansioso quando está em pânico não precisa de alguém que pergunta: “Você está bem?”.

Quando você vê alguém entrar em pânico e você sabe que ele tem ansiedade, você não precisa perguntar “Você está bem?”

Você já sabe a resposta. Seu coração está batendo um milhão de quilômetros por hora, suas mãos estão fechadas, seu peito está apertando, seus membros estão vibrando com toda a carga de adrenalina e sua mente acaba de afundar-se na resposta do sistema límbico: “Ou você luta ou foge”. Honestamente? A maioria  provavelmente pensa que está morrendo. Então, em vez de perguntar “Você está bem?” experimente algo um pouco mais útil e construtivo. Bons exemplos seriam:

  • “Respire fundo”
  • “Lembre-se de inserir técnicas que lhe ajudaram antes”
  • “Você gostaria ir a um lugar mais calmo e mais seguro?”
  • “Estou aqui se você precisar de mim.” (Neste ponto, você deve deixá-lo sozinho a menos que ele peça para ficar).
  • “Não vai durar muito. Você já passou por isso antes”.

Mas a chave para tudo isso: Se eles pedirem para deixá-los sozinhos – deixe-os sozinhos! Eles são experientes em lidar com a sua ansiedade. Deixem-nos passar por ela, somente sozinhos eles sabem como superar esse momento.

7. Ele quer que você faça por eles

A ansiedade é difícil para todos os envolvidos, inclusive a você. Ele entende a própria irracionalidade. Ele também entende que você não faz algumas coisas que você gostaria porque ele não pode.

Se há uma coisa em comum que você vai encontrar em todos que lutam com a ansiedade: Eles pensam muito. Mas boa parte do pensamento do ansioso sempre volta para as pessoas que os apoiam. Sempre. Seu apoio não vai fazer com que ele pense diferente, não importa o quão perspicaz você pode pensar que tem sido, vai chegar o momento em que ele se volta contra você.

8. O ansioso sabe que é difícil deixá-lo ir

O pensamento forma uma parte da ansiedade. Mas para entender isso precisamos saber de onde vem este pensamento exagerado. Quando alguém é afetado por um incidente traumático em sua vida, a memória (se não tratada adequadamente) pode acabar armazenando parte do sistema límbico do cérebro que a mente usa para determinar ‘situação de risco’.

A memória do trauma é armazenada de uma maneira diferente no cérebro. A memória cotidiana é arquivada noutro lugar. Isso faz com que o cérebro reaja de forma diferente a esta memória. O cérebro procura ativamente fazer ligações entre a memória traumática e a situação atual em que o ansioso está. (Esta pode ser a causa do estado hipertenso).

Quando o cérebro é pego neste ciclo pode ser muito difícil deixar que passe o momento de ansiedade. O cérebro se acostuma neste ciclo de ansiedade prolongada. Deixar as coisas ir pode ser uma tarefa complicada.

  1. É difícil mudar o ansioso mesmo quando se espera esta atitude dele 

Todo mundo, ansioso ou não, tem uma zona de conforto. Invadir essa zona de conforto pode ser difícil mesmo para a pessoa mais bem ajustada. Portanto, para pessoas com ansiedade pode ser ainda mais desafiador. Isso não deve ser confundido com o sentimento de quem lida com a ansiedade. Ele não pensa em alterar a sua zona de conforto porque imagina que já está fazendo isso.

As pessoas conseguem um alívio da ansiedade quando acontece uma mudança positiva em torno deles. Lembre-se de ter um pouco mais de paciência e compreensão para aqueles com ansiedade.

10. O ansioso não ignora você  intencionalmente

Uma parte do controle da ansiedade vem com o diálogo interno do ansioso com ele mesmo. As coisas mais inesperadas podem desencadear padrões de pensamento obscuros para aqueles com ansiedade. Se ele de repente sai de uma conversa há uma boa chance de que está refletindo sobre algo que acabou de ser dito e está tentando, com sofrimento, acalmar seus pensamentos.

Ele não ignora você. Não intencionalmente, pelo menos. Ele está apenas tentando não ter um colapso mental bem ali na frente de você. Mas não precisa lhe perguntar “Você está bem?”.  E especialmente não precisa discutir sobre o que você acabou de dizer. Se for importante, tente gentilmente trazê-lo de volta quando ele parecer mais calmos.

Às vezes sua mente pode parecer uma zona de guerra. Ele vai deixar de conversar inesperadamente e vai se sentir mal por fazê-lo. Diga-lhe que você o compreende.

11. O ansioso nem sempre está presente numa conversa

Como fora mencionado antes, nem sempre ele está de corpo e alma numa conversa. Mas não é apenas uma conversa que pode desencadear uma reação inesperada. Eventos diários podem servir como um gatilho contemplativo. Ele recua para as profundezas de sua mente com bastante regularidade e você provavelmente nem vai notar em seu rosto. Ao contrário do que sugerem os filmes românticos, nem sempre é engraçado aparecer e assustá-lo enquanto está perdido no pensamento.

Empurre-o gentilmente  de volta à realidade. Ele vai apreciar muito que você faça isso.

12. O ansioso nem sempre vê a ansiedade como uma limitação (nem você deveria)

É “bom” ser uma pessoa ansiosa. Claro, às vezes pode ser uma luta, mas nem sempre é uma limitação. Ansiedade molda parte da pessoa e, felizmente, você tem o potencial de melhorá-los como uma pessoa. Pode levá-lo a ver o mundo de uma forma diferente. E isso pode ser melhor. Os sintomas podem sugar o pensamento, a ansiedade pode sugar, a falta de determinados eventos pode sugar, tudo na vida tem o potencial para sugar. Só que ele não pode entender que os outro o veja tão vulnerável. Você também não deveria vê-lo assim.

13. O ansioso é incrível!

É por isso que você o ama, certo? É muito fácil submergir na desgraça e tristeza de qualquer origem, especialmente aquelas que envolvem a saúde mental. Mas parte da solução é superá-las e lembrar a grandiosidade de antes e do que virá depois.

Escolha ver os benefícios. Escolha ver o lado positivo da situação. Escolha ver a grandiosidade da vida. Se eles podem, você também pode. Qualquer um pode superar seus limites.

Somos humanos e somos únicos. O que funciona para um pode não funcionar para o outro, mas há uma coisa que sempre funciona: A compaixão amorosa. Se você tirar qualquer coisa deste artigo, apenas deixe as palavras “Compaixão amorosa” e as espalhem ao seu redor.

Texto de Jake Mcspirit – Publicado originalmente em Lifehack – Tradução e adaptação: Portal Raízes – Os Direitos Autorais no Brasil são regulamentados pela Lei 9.610 . A violação destes direitos está prevista no artigo 184 do Código Penal. Este artigo pode ser publicado em outros sites, citando o autor e via”Portal Raízes”.

 






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