Um relacionamento abusivo é uma dinâmica desigual e prejudicial onde uma pessoa exerce poder e controle sobre outra de maneira persistente e coercitiva. Essa forma de comportamento pode se manifestar de diversas maneiras, incluindo física, emocional, verbal, sexual e financeira. No contexto brasileiro, as estatísticas alarmantes evidenciam a gravidade desse problema. Segundo dados do Instituto Datafolha, em pesquisa realizada em 2019, cerca de 42% das mulheres brasileiras já foram vítimas de violência psicológica, física ou sexual. A cada dois segundos, uma mulher é agredida no país, conforme o Ministério da Saúde.

A atriz Deborah Secco falou sobre este assunto em entrevista ao canal de Thaís Fersoza. Ela lembrou tempos bastante difíceis em que se envolveu num romance tóxico com um homem casado e que também traiu seus parceiros abusivos para eles se afastassem dela. Mas tudo isso ficou para trás depois que conheceu o seu atual marido, Hugo Moura.

“Eu tava numa relação muito ruim com um cara casado, já tava há 10 meses falando que ia se separar. Eu tava muito, muito infeliz… Enfim, um dia cheguei em casa tão triste que eu ajoelhei no chão, rezei para Deus e pedi. Eu tinha que trair para ir embora, me apaixonar por outra pessoa, porque parece que eu tinha apego aos maus tratos da relação. Eu tinha apego à relações abusivas, então eu traía para me livrar das pessoas abusivas. Eu também não era uma pessoa sincera, correta, eu não tentava ser uma pessoa melhor do que eu era. E com o Hugo eu tive esse insight e falei ‘não vou errar com você e vou te contar quem eu sou’. Contei tudo na primeira noite. E hoje eu tenha uma relação sem nenhum segredo. Tudo que eu fiz ele soube por mim. Pela primeira vez, de fato, eu me senti amada”, confidenciou a atriz.

Hugo e Deborah oficializaram união matrimonial em 2015, em segredo e estão juntos até hoje. Um excelente exemplo de que o autoconhecimento, o amor próprio e a autopreservação são indispensáveis no processo de libertação do ciclo de relacionamentos abusivos.

O que leva uma mulher a permanecer num relacionamento abusivo

A permanência em relacionamentos abusivos muitas vezes é facilitada por complexos fatores psicológicos, sociais e econômicos. Mulheres podem se sentir presas devido a manipulação emocional, medo das consequências de uma separação, dependência financeira do parceiro abusivo, e até mesmo por questões culturais que minimizam a gravidade da violência doméstica.

Para se libertar desse ciclo de abuso, é crucial buscar apoio e desenvolver um plano de segurança. Isso pode incluir o contato com redes de apoio, como amigos, familiares ou organizações especializadas, que oferecem suporte emocional, jurídico e prático para as vítimas. Além disso, é essencial fortalecer a autoestima e reconhecer os sinais de alerta do abuso, o que pode exigir assistência terapêutica para processar traumas e reconstruir uma vida independente e saudável.

Em resumo, entender e combater o problema dos relacionamentos abusivos envolve não apenas conscientização pública e políticas de proteção, mas também um esforço contínuo para apoiar e empoderar as mulheres a romperem com ciclos de violência e a reconstruírem suas vidas com dignidade e segurança.

Onde e como denunciar violência contra a mulher

No Brasil, existem diversas formas de denunciar casos de violência contra a mulher. Aqui estão alguns dos principais canais e instituições onde é possível realizar denúncias:

1. Delegacias Especializadas: As Delegacias de Atendimento à Mulher (DEAMs) são unidades da Polícia Civil dedicadas exclusivamente ao atendimento de casos de violência contra a mulher. Você pode procurar a DEAM mais próxima para fazer sua denúncia pessoalmente.

2. Disque 180 – Central de Atendimento à Mulher: O Disque 180 é um serviço gratuito e confidencial que funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. Você pode ligar para este número para fazer denúncias, obter informações sobre direitos e serviços disponíveis para as mulheres em situação de violência.

3. Disque 190 – Polícia Militar: Em casos de emergência ou quando houver risco iminente, você pode ligar para o número 190, que é o serviço de emergência da Polícia Militar. Eles podem enviar uma viatura para intervir na situação de violência.

4. Ministério Público: O Ministério Público também pode receber denúncias de violência contra a mulher. Procure a Promotoria de Justiça da sua cidade para obter orientações sobre como proceder.

5. Defensoria Pública: A Defensoria Pública oferece assistência jurídica gratuita às mulheres em situação de violência. Procure a Defensoria Pública mais próxima para receber apoio legal.

6. Rede de Atendimento: Em muitas cidades, existem redes de atendimento específicas para mulheres em situação de violência, que podem incluir ONGs, centros de apoio psicológico, abrigos temporários, entre outros. Informe-se sobre os serviços disponíveis na sua região.

É importante que a denúncia seja feita o mais rápido possível, logo após a ocorrência da violência, para que medidas protetivas possam ser adotadas e para garantir a segurança da vítima. Além disso, o apoio de amigos, familiares e profissionais de saúde também é fundamental para ajudar a mulher a superar essa situação.

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