O escritor português José Saramago (1922-2010), certa feita, foi invadido pelo seguinte questionamento: “E se fôssemos todos cegos?“. Com esta reflexão, o escritor nos leva a conceber a ideia de que – num sentido filosófico – estamos cegos sobre ‘as verdades’ que liberta os seres da ignorância.

Segundo Saramago, a globalização, o mundo midiático, as redes sociais, as facilidades tecnológicas, alienam os seres, ao ponto deles perderem sua autonomia, seu senso regulador, sua capacidade de discernimento diante da enxurrada de noticias prontas, oriundas de um qualquer, sem embasamentos teóricos, científicos, apenas sofismas bem engendradas a serviço da manipulação, exploração e opressão.

Saramago faz uma comparação com o Mito da Caverna, de Platão, em que os indivíduos olham sombras e as confundem com a realidade. Desde o início da história da humanidade, os seres buscam manter-se diante da luz. Já foi a fogueira, a televisão, hoje é o celular… e em todas estas fontes de luz, os seres buscam preencher os seus vazios existenciais, os seres buscam a verdade que liberta. Confira a importantíssima contribuição do meste Saramago no vídeo abaixo:






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