Pancadas de chuva deixaram 11 pontos de alagamentos na cidade de São Paulo, colocando a cidade toda em estado de atenção na tarde desta segunda (20), segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura. Ainda de acordo com o órgão, às 20h16, havia dois pontos de alagamentos intransitáveis e um transitável na cidade. A região do Tremembé/Jaçanã, na zona norte, e a região do Itaim Paulista, na zona leste, chegaram a entrar em estado de alerta durante a tarde.

O temporal que caiu nas últimas 24 horas no litoral norte de São Paulo foi recorde na história do país. As informações são de Eliana Marques no Jornal Nacional.

Os números explicam por que a tempestade foi tão devastadora. Na cidade mais atingida, São Sebastião, choveu 683 mm, mais do que toda a chuva do verão passado. Ou seja, choveu em 15 horas o que levou 90 dias para chover no último verão.

Dois fatores principais provocaram essa chuva torrencial. No sábado (18), uma frente fria ia se afastar, enquanto uma baixa pressão ia se formar. Além disso, a água do oceano estava mais quente do que o normal. Isso favoreceu a evaporação.

Como na baixa pressão, a pressão do ar é menor, a mistura de calor e umidade evapora facilmente, dando origem às nuvens de temporal.

O coordenador-geral de operação e modelagem do Cemaden, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, Marcelo Seluchi, disse que a frente fria era intensa, com características raras para fevereiro e que a baixa pressão ajudou a concentrar a chuva de São Sebastião a Bertioga.

“É difícil assimilar um percentual de responsabilidade às mudanças climáticas, mas esse aumento da temperatura causa um aumento da umidade contida no ar. Em outras palavras, a mesma frente fria, se tivesse ocorrido 100, 200 anos atrás, ela teria menos umidade no ar disponível para provocar precipitação. A precipitação seria menor”, explica Seluchi.

O término de todos os estados de atenção para alagamentos foi registrado às 18h40. Os maiores índices pluviométricos aconteceram na Vila Maria/Vila Guilherme (43,8 mm), Santana/Tucuruvi (37,8 mm) e Itaim Paulista (30,4 mm), segundo o CGE.

A chuva deve continuar nesta terça-feira (21) de Carnaval. O sol aparece entre muitas nuvens pela manhã e a temperatura sobe, mas entre o meio da tarde e o início da noite, a combinação de calor e entrada da brisa marítima gera áreas de instabilidade que provocam chuva em forma de pancadas com intensidade moderada a forte.






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